Nesta semana, dois grandes lançamentos de smartphones marcaram o noticiário de tecnologia. Na terça-feira (14), a linha iPhone 13 foi apresentada
globalmente; na quarta-feira (15) os dobráveis Samsung Galaxy Z Fold 3 e Z Flip 3 chegaram ao Brasil.
Em comum, todos os celulares de ambas as linhas têm compatibilidade com o 5G.
Na mesma semana, porém, o edital do 5G foi adiado mais uma vez pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) depois de um pedido de vistas de um dos conselheiros da agência. Isso deve mudar - de novo - os planos a respeito da implementação da quinta geração da internet no Brasil.
Segundo o diretor da Anatel, Leonardo Euler de Moraes, a estimativa "mais otimista" é que o leilão do 5G aconteça na primeira quinzena de novembro. Depois do leilão porém, ainda existe um longo caminho até que o 5G esteja disponível para todos os brasileiros. Afinal, está na hora de comprar um smartphone compatível com a nova rede? Tire todas as suas dúvidas abaixo.
Quando o 5G deve chegar?
Mesmo que o leilão do 5G aconteça em novembro, a implementação da rede ainda deve demorar. Depois que as empresas adquirem o direito a usar as frequências no certame, elas precisam instalar toda a infraestrutura para que a nova rede funcione. Isso significa a compra e instalação de antenas, torres, computadores e fibra óptica.
Apesar de parecer simples, esse processo pode levar anos. Fábio Faria, ministro das Comunicações, promete que o 5G chegará a todas as capitais brasileiras até julho de 2022. Depois disso, porém, a novidade pode levar mais um longo período até atingir todas as regiões do país. Vale lembrar que, atualmente, ainda existem muitos municípios brasileiros que possuem apenas conexão 2G ou 3G.
O que o 5G vai mudar na vida do usuário comum?
Os principais avanços que o 5G deve trazer ao Brasil não estão associado diretamente ao usuário comum de internet. Agronegócio, indústrias, área médica e diversos setores da economia podem se beneficiar da automatização, já que a nova rede vai permitir a implementação mais rápida e eficaz de soluções relacionadas à internet das coisas e inteligência artificial.
Isso não significa, no entanto, que o usuário comum não perceberá a diferença entre o 4G e o 5G em seu smartphone. "A velocidade e a estabilidade vão gerar uma sensação de grande melhora nos serviços que consumimos. Inicialmente percebemos uma grande melhora nas ferramentas de comunicação por rede de dados, tais como Whatsapp, e também no uso de serviços de música e vídeo, como Spotify, Netflix e Youtube. Quem joga games no celular terá uma experiência muito melhor com a velocidade e baixa latência que o 5G proporcionará. Além disso, tecnologias que hoje ainda não estão no nosso dia a dia passarão a ser realidade e se tornarão de uso comum", comenta Gustavo Salviano, CTO da Locaweb.
Um celular com 5G é mais caro que um celular comum?
Por enquanto, os celulares compatíveis com a rede 5G costumam ser mais caros que os smartphones que não possuem a compatibilidade. Um exemplo é a comparação entre o Redmi Note 10 e o Redmi Note 10 5G, ambos da Xiaomi.
Além de um possuir acesso ao 5G e o outro não, as grandes diferenças entre o modelo são o armazenamento, o carregamento e as câmeras. Enquanto o Redmi Note 10 tem 64 GB de memória, conjunto quádruplo de câmeras traseiras e carregamento rápido de 33W, o Redmi Note 10 5G tem 128 GB, conjunto triplo de câmeras e carregamento de 18W. Mesmo assim, o segundo modelo é R$ 460 mais caro que o primeiro no site oficial da empresa.
Ou seja, a compatibilidade a uma rede que ainda não existe no Brasil, somada com uma memória maior, faz um celular ficar mais caro que outro que tem uma câmera melhor e uma bateria que carrega mais rápido, benefícios bastante atrativos.
A comparação foi feita com esses modelos porque, por serem da mesma linha, são facilmente comparáveis. Outras linhas, como Galaxy Z, da Samsung, e iPhone 13, da Apple, são inteiras compatíveis com o 5G, dificultando a comparação.
Está na hora de comprar um celular com 5G?
Para Gustavo, ainda não está na hora de comprar um celular compatível com o 5G, pelo menos não apenas por esse motivo. "Ainda não. O processo de leilão e a implantação da rede ainda estão por acontecer, e por este motivo acredito que só faz sentido trocar para aquele consumidor que já o iria fazer independente da chegada do 5G", opina.
De acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – O Brasileiro e seu Smartphone, os brasileiros trocam de celular, em média, a cada dois anos e três meses. Diante disso, um celular comprado agora deve ser trocado no final de 2023.
De acordo com a previsão do governo, se o usuário morar em uma capital, ele aproveitará o 5G em seu smartphone por apenas um ano e meio se o comprar agora. Se o usuário for de áreas mais afastadas dos grandes centros, porém, é possível que ele sequer chegue a usar a nova rede em seu celular antes de trocá-lo.
Por isso, na hora de decidir se está, ou não, na hora de comprar um smartphone com acesso ao 5G, é interessante analisar algumas questões:
- De quanto em quanto tempo você costuma trocar de smartphone?
- Você mora em uma capital, ou não?
- Pelo mesmo valor, você consegue encontrar outro celular que tenha funcionalidades mais interessantes mas não tenha 5G?
- Você vai trocar de celular por outro motivo ou apenas pelo 5G?
Depois de fazer essa análise, várias possibilidades podem surgir. Se você pretende trocar de celular só por conta do 5G, este não é o momento. Se você costuma trocar de smartphone muito rápido, também não é necessário investir no 5G agora.
Por outro lado, se você fica vários anos com o mesmo celular e precisa trocá-lo agora, compensa já investir na tecnologia. Além disso, se deseja um celular por outros motivos e ele não tem uma opção parecida com recursos melhores e sem 5G, a compatibilidade será uma consequência. É o caso dos modelos topo de linha, como iPhones e Galaxy S e Z, nos quais todos têm compatibilidade com a rede.