Documentos mostram que a Amazon plagiou produtos e favoreceu suas marcas na ferramenta de busca do site, informa a agência Reuters em investigação. Segundo a reportagem, a gigante do e-commerce teria manipulado resultados para impulsionar seu comércio na India, prática que havia negado anteriormente.
A investigação passou por emails, estratégia de vendas e planos de negócios e comprovou que pelo menos dois executivos do alto escalão da empresa aprovaram as práticas.
Marcas privadas da Amazon na Índia teriam explorado secretamente dados internos da rede Amazon.in para copiar produtos vendidos por outras empresas e, em seguida, oferecê-los em sua plataforma "nos primeiros 2 ou 3 resultados de busca" como mostra m email.
A marca John Miller, que pertence a uma empresa cujo presidente-executivo é Kishore Biyani, conhecido como o "rei do varejo" indiano, foi uma das que teve produtos afetados pela prática considerada anticompetitiva. A Amazon teria copiado o formato das camisas e decidiu “seguir as medidas” da empresa indiana.
Os documentos, datados de 2016, deixam claro a "estratégia Solimo": “usar informações da Amazon.in para desenvolver produtos e, em seguida, aproveitar a plataforma Amazon.in para comercializar esses produtos para nossos clientes”, continua a Reuters.
A empresa já havia sido acusada por ex-funcionários, mas negou adotar práticas que favoreçam seus produtos. Em depoimento ao Congresso americano, o fundador da empresa, Jeff Bezos, negou que a companhia use dados internos para uso próprio.
Em resposta à matéria da Reuters, a Amazon disse: “Exibimos os resultados da pesquisa com base na relevância para a consulta de pesquisa do cliente, independentemente de tais produtos terem marcas privadas oferecidas pelos vendedores ou não”.
A Amazon também afirmou que proíbe estritamente o uso ou compartilhamento de dados não públicos.