O Reino Unido exigiu, nesta terça-feira (30) que o Facebook - que agora se chama Meta
- venda a plataforma de GIFs Giphy, adquirida pela empresa em maio de 2020
. A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês) do país afirmou que a decisão foi tomada "depois de descobrir que o negócio pode prejudicar usuários de mídia social e anunciantes do Reino Unido".
O órgão vinha investigando a fusão entre as empresas e, agora, concluiu que o negócio é prejudicial para a concorrência. "O painel independente da CMA que analisou a fusão concluiu que o Facebook seria capaz de aumentar seu já significativo poder de mercado em relação a outras plataformas de mídia social", diz o comunicado divulgado nesta terça-feira.
A CMA explica que esse aumento de poder de mercado se daria de duas formas. A primeira é direcionando mais tráfego de usuários para as redes sociais da Meta ao limitar o acesso de outras plataformas a GIFs do Giphy. A segunda é obtendo ainda mais dados dos usuários, já que poderia exigir que outras redes sociais como TikTok, Twitter e Snapchat forneçam mais informações para acessar os GIFs.
Além desse aumento de poder de mercado, o Facebook também estaria impedindo a existência de um forte concorrente ao comprar o Giphy. "A CMA descobriu que os serviços de publicidade da Giphy tinham potencial para competir com os próprios serviços de publicidade gráfica do Facebook. O Facebook encerrou os serviços de publicidade da Giphy no momento da fusão, removendo uma importante fonte de concorrência potencial. O CMA considera isso particularmente preocupante, visto que o Facebook controla quase metade do mercado de publicidade gráfica de £ 7 bilhões no Reino Unido", declarou a autoridade.
Para o órgão, a única solução possível para o problema é que o Facebook venda o Giphy. "Ao exigir que o Facebook venda o Giphy, estamos protegendo milhões de usuários de mídia social e promovendo a concorrência e a inovação na publicidade digital", declarou Stuart McIntosh, presidente do grupo de investigação independente da CMA.
A Meta, por sua vez, afirmou que está considerando todas as opções, inclusive recorrer da decisão. "Tanto os consumidores quanto o Giphy estão em melhor situação com o suporte de nossa infraestrutura, talento e recursos. Juntos, Meta e Giphy aprimorariam o produto Giphy para milhões de pessoas, empresas, desenvolvedores e parceiros de API no Reino Unido e ao redor do mundo que usam o Giphy todos os dias, oferecendo mais opções para todos", disse ao The Verge Robin Koch, diretor de comunicações políticas da Meta na União Europeia.