O Grupo Sony anunciou nesta segunda-feira (31) a compra da Bungie, desenvolvedora de videogames por trás das populares franquias "Destiny" e "Halo", por US$ 3,6 bilhões, na mais recente aquisição de uma onda de negócios no setor de jogos.
O acordo é o maior negócio da Sony no setor nas última década. É também a terceira aquisição significativa na indústria de videogames neste início de 2020.
Há duas semanas, a Activision Blizzard foi comprada pela Microsoft por US$ 69 bilhões. Em outra transação, a Take-Two, fabricante de "Grand Theft Auto", ofereceu US$ 11 bilhões pela Zynga, dona do "Farmville".
A compra da Bungie dará à Sony um dos jogos de tiro mais populares para competir com a super-série "Call of Duty", que a Microsoft levou junto com a Activision, consolidando-se como principal rival da Sony.
Além do PlayStation
A Microsoft está comprometida em lançar pelo menos os próximos três jogos de "Call of Duty" no PlayStation da Sony, informou a Bloomberg News. Mas, eventualmente, pode decidir levar a série exclusivamente para seu console Xbox e computadores Windows.
Enquanto isso, a Sony deixou claro que "Destiny 2" e outros títulos não irão apenas para as plataformas PlayStation.
"A aquisição dará à Sony Interactive Entertainment acesso à abordagem de classe mundial da Bungie para serviços de jogos ao vivo e experiência em tecnologia, ampliando seu alcance para bilhões de jogadores", disse a empresa em comunicado.
A Bungie continuará operando de forma independente, "mantendo a capacidade de se autopublicar e alcançar jogadores onde quer que eles escolham jogar".
Bungie ajudou a colocar o Xbox no mapa
Fundada em 1991, a Bungie ajudou a colocar o Xbox no mapa. A Microsoft pagou cerca de US$ 30 milhões para adquirir o estúdio quando era um desenvolvedor de jogos para Mac trabalhando em um projeto de jogos de computador chamado "Halo".
O jogo se tornou a base dos consoles Xbox da Microsoft e gerou mais de US$ 6 bilhões em vendas, sem incluir a instalação mais recente, que ficou disponível na última temporada de festas.
Após o fechamento do acordo, a Bungie será uma subsidiária independente da Sony Interactive Entertainment, administrada pelo atual CEO da Bungie, Pete Parsons. O preço da transação inclui incentivos aos funcionários e está sujeito ao capital de giro habitual e outros ajustes, disse a Sony.
A Sony é uma compradora regular de estúdios de videogame, embora a Bungie seja de longe o maior dos últimos dez anos.
A gigante japonesa de entretenimento e tecnologia normalmente compra estúdios menos estabelecidos e os aprimora com recursos de marketing e desenvolvimento, como fez com a Naughty Dog e a Guerrilla Games.
Participação na dona do 'Fortnite'
A Sony também detém participações minoritárias em algumas grandes empresas de jogos, como a Epic Games, fabricante do "Fortnite".
Nos últimos anos, também fez algumas aquisições menores, principalmente a Insomniac Games, com sede em Burbank, Califórnia, em 2019, e a Housemarque, na Finlândia, com o objetivo de reforçar seu portifólio de exclusivos do PlayStation.
Enquanto a Microsoft se concentrou em empacotar seu serviço de assinatura, Xbox Game Pass, cheio de jogos grandes e pequenos, o plano da Sony é desenvolver grandes sucessos de bilheteria e mantê-los exclusivos para o PlayStation - uma estratégia que ajudou o PlayStation 4 a vender mais de 116 milhões de unidades, bem à frente do Xbox.