Desconhecimento sobre o tema é grande
Unsplash/Gilles Lambert
Desconhecimento sobre o tema é grande

Um em cada quatro brasileiros já foi ou está sendo espionado por outra pessoa através de recursos tecnológicos, de acordo com a pesquisa "Stalking online em relacionamentos", da empresa de cibersegurança Kaspersky.

O relatório ainda revelou que o celular foi o dispositivo mais utilizado para espionar pessoas, usado em 54% dos casos. Em seguida, aparecem dispositivos criados especificamente para fazer um monitoramento (36%), programas instalados em computadores (24%), espionagem por meio da webcam (14%) e dispositivos para casa inteligente (12%).

"É importante destacar que o programa stalkerware é instalado, na maioria das vezes, tendo acesso físico ao equipamento, por esse motivo o abuso é sempre feito por alguém próximo à vítima: conjugue, familiar ou, em alguns casos, colegas de trabalho. Esta instalação ocorre de maneira discreta e sem o conhecimento da vítima. E faz sentido o celular estar na primeira posição, já que ele permite o rastreamento da localização junto com o acesso a informações privadas, como chamadas telefônicas, conversas via aplicações e o e-mail", explica Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.

Outro dado importante revelado pela pesquisa é que 13% das vítimas de espionagem digital não souberam dizer como a perseguição ocorreu, o que mostra um desconhecimento acerca do tema. Além disso, 70% de todos os entrevistados disseram não saber o que é stalkerware ou spouseware.

Dentre as pessoas que conhecem a espionagem digital, há mais homens do que mulheres. "É importante dizer que esse tipo de programa para monitorar conjugues permanece escondido da vítima. Neste contexto, faz sentido que o(a) abusador(a) conheça sua existência. Já a vítima não irá saber do que se trata. Juntando essas características, faz sentido o combate ao stalkerware focar também na proteção das mulheres", analisa Raquel Marques, presidente da Associação Artemis e doutora em Saúde Coletiva pela Universidade de São Paulo (USP).

Como o crime de perseguição digital geralmente é praticada por uma pessoa próxima, normalmente o parceiro, Fabio destaca que alguns comportamentos tornam a prática mais fácil. É o caso, por exemplo, de casais que compartilham a senha do celular, comportamento presente em 62% dos entrevistados.

"Outro hábito digital preocupante do ponto de vista da segurança é o compartilhamento de serviços como iCloud e Google Account entre membros da mesma família. 36% dos brasileiros fazem isso e essa é mais uma opção tecnológica para perseguir alguém, já que esses serviços têm recursos de localização geográfica, armazenamento de fotos na nuvem entre outros recursos que podem ser explorados", afirma.

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