As ondas de calor tem sido consequências do El Niño
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As ondas de calor tem sido consequências do El Niño

Lidamos quase diariamente, na nossa rotina, com o superaquecimento dos dispositivos eletrônicos que utilizamos. Muitas vezes, fazemos isso sem perceber. Você com certeza evita deixar seu aparelho celular no sol, mesmo que não saiba exatamente o porquê de fazer isso. Já os mais antenados nos cuidados com os dispositivos eletrônicos, às vezes utilizam coolers externos em notebooks, por exemplo. Com a onda de calor que atingiu o país no final de setembro e voltará em outuvro, devemos ter ainda mais cuidados com os aparelhos.

As altas temperaturas registradas podem afetar os semicondutores — chips — e causar perda de vida útil de baterias. O impacto se dá porque, além do calor que está sendo conduzido até o aparelho devido às temperaturas, o próprio dispositivo emite uma temperatura por conta do uso. Em casos extremos, o dispositivo pode deixar de funcionar por conta do excesso de calor.

Mas isso é comum?

Segundo o professor doutor do Departamento de Computação da Faculdade de Ciências da Unesp Bauru, João Perea Martins, não é preciso se preocupar excessivamente. Ainda que o Sol seja e o calor sejam possíveis causadores de problemas em dispositivos, tudo dependerá das condições de uso e dos tipos de aparelhos. 

“Depende muito do aparelho, depende muito do lugar onde essa pessoa usa e depende também de quantas horas ela fica interruptamente com o aparelho [...] Uma pessoa que usa o aparelho dentro de casa, por exemplo, dificilmente vai ter este problema.”

Os principais meios que podem gerar tais problemas estão mais relacionados a incidência direta da luz do Sol sobre o aparelho, independente da época do ano. Além do clássico “esquentar”, os raios ultravioletas podem ser muito prejudiciais para os aparelhos. A radiação pode degradar o plástico presente nos aparelhos, afetando a transparência das telas. 

Quais problemas podem surgir?

Os dispositivos eletrônicos, ainda que esbanjem maravilhas tecnológicas da engenharia, sofrem ainda com algumas questões relacionadas às finas camadas de componentes minúsculos, que podem ser danificados pelo calor. Mas isso ocorrem em questões extremas , quando o dispositivo está sob alta demanda de atividades e o calor, que seria dissipado, acaba não sendo dissipado em quantidade suficiente. 

Quando há um superaquecimento dos dispositivos , alguns componentes acabam sendo mais afetados. São eles: processadores, transistores, chips de memória e os circuitos integrados. Além disso, as baterias dos dispositivos podem ser afetadas com as altas temperaturas, uma vez que não são compatíveis com o calor e podem perder sua vida útil e até queimar.

Perea explica que esses componentes possuem “um limite máximo de temperatura que ele consegue trabalhar”. “A partir desse valor de temperatura, ele começa a apresentar problemas: queima, apresenta funcionamento instável, apresenta lentidão."

O professor ainda ressalta que o celular não possui uma resistência tão grande quanto outros aparelhos. “Alguns coletores de dados, por exemplo, que medem temperatura em florestas ou em fazendas, conseguem trabalhar com temperaturas em torno de 70ºC. Já em um telefone normal, a temperatura operacional dele é de até uns 35º”.

A temperatura média dos smartphones geralmente são mostradas pelos fabricantes.

“O grande problema, se você pegar esses últimos dias, em várias cidades do Brasil, é que  nós temos temperaturas batendo na casa dos 40ºC . Então, se a pessoa tiver com o celular na rua, ele já está fora da faixa de segurança, então pode se tornar instável.”


Dicas para seguir em tempos de altas temperaturas

Para que os dispositivos não sejam danificados com as altas temperaturas, algumas questões simples podem ser seguidas na nossa rotina. 

Primeiro: não utilizar o celular no Sol. Procure sempre locais com cobertura para evitar o contato com os raios solares. Além disso, é importante prestar atenção aos locais onde guarda os aparelhos. Deixá-los no carro, mochilas ou locais que tenham incidência de luz solar acaba gerando uma pequena “estufa”, que pode ser prejudicial para os aparelhos.

Outra questão importante é o período de uso. O ideal é evitar uma utilização ininterrupta dos aparelhos por muitas horas, pois pode ser prejudicial para a vida útil do dispositivo. 

Algumas outras dicas rotineiras são desligar os dispositivos em caso de superaquecimento, levando ele para locais com temperaturas mais amenas e tornando a lugar apenas após o seu esfriamento; leia o manual para ver qual a temperatura ideal do aparelho; em caso do uso de notebooks e computadores, invista no uso de dissipadores de calor e ventoinhas, que podem ser cruciais nesses momentos, além de serem muito úteis para manter um bom desempenho dos dispositivos. 

Se o caso do aparelho for crítico, procure uma assistência técnica para conseguir identificar quais problemas e a melhor solução para manter a integridade do equipamento.

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