24% das crianças brasileiras acessaram a internet pela primeira vez antes dos 6 anos, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2023, divulgada nesta quarta-feira (25).
A taxa cresceu de forma considerável nos últimos anos, passando de 11% em 2015 para 15% em 2019, 20% em 2021, 22% em 2022 e 24% neste ano.
"A pesquisa mostra tendência crescente de uso da Internet já na primeira infância. Esse fenômeno reforça a necessidade de evidências robustas acerca das oportunidades e dos riscos online vivenciados por crianças e adolescentes, que orientem políticas e ações voltadas a garantia dos seus direitos e proteção", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), órgão que conduz a pesquisa.
O estudo também revelou que 95% das crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos já acessaram a internet. Essa taxa é maior entre pessoas das classes A e B (98%) e menor entre pessoas das classes D e E (89%), mas o acesso vem se popularizando ao longo dos anos.
Em 2015, 99% das crianças e adolescentes das classes A e B já acessavam a internet, taxa que se manteve estável ao longo dos anos. Já entre os menores das classes D e E, a taxa era de 56% em 2015, e foi crescendo ao longo dos anos.
"Limitações na disponibilidade de dispositivos podem restringir os benefícios e ampliar as desigualdades entre indivíduos de diferentes contextos socioeconômicos. No Brasil, o celular ainda é o único dispositivo para conexão à internet para parcela importante de crianças e adolescentes, sobretudo das classes D e E", explica Barbosa.
Segundo a pesquisa, 38% das crianças das classes D e E acessam a internet apenas pelo celular, contra 3% das classes A e B. Televisão, computador e videogame são outros dispositivos de acesso à rede registrados, sobretudo, nas classes mais altas.
Além disso, 26% das crianças e adolescentes das classes C, D e E relatam que ficam sem internet porque os créditos acabam, contra 15% dos entrevistados das classes A e B.
Redes sociais
De acordo com o estudo, 88% das crianças e adolescentes possuem perfis em plataformas digitais. As mais utilizadas são:
- YouTube - 88%
- WhatsApp - 78%
- Instagram - 66%
- TikTok - 63%
- Facebook - 41%
- Twitter - 13%
- Snapchat - 9%
Embora redes sociais como TikTok e Instagram exijam idade mínima de 13 anos para acessar as plataformas, a pesquisa mostra que o controle não tem funcionado na prática.
Dentre crianças de 9 a 10 anos, 26% disseram ter conta no Instagram e 50% no TikTok. Já dentre crianças entre 11 e 12 anos, as taxas são de 52% para o Instagram e 55% para o TikTok.