Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo e equipe do  Woodrow Wilson Center, Washington, DC.
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Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo e equipe do Woodrow Wilson Center, Washington, DC.


Quando eu estava no espaço, observando a Terra, fui tomado por uma profunda sensação de humildade. Lá de cima, nosso planeta parece pequeno e frágil, um lembrete de nossa insignificância no vasto universo. No entanto, essa visão também me fez perceber a abundância e riqueza da Terra, bem como a capacidade incrível que temos de produzir e prosperar. Inspirado por essa experiência, comecei a imaginar, anos depois, como a Inteligência Artificial (IA) poderia ser uma ferramenta poderosa para ajudar a humanidade a tomar decisões mais sensatas e sustentáveis para a distribuição de nossos recursos. A IA tem o potencial de transformar a forma como gerenciamos nossos recursos naturais, desenvolvendo nossas habilidades científicas e tecnológicas de forma sustentável, preservando o meio ambiente para as gerações futuras e gerando riquezas e bem-estar para nossa população.


A regulação da Inteligência Artificial em discussão no Senado Federal está alinhada com os esforços em andamento nos Estados Unidos, refletindo uma tendência global de abordar os desafios e oportunidades trazidos por essa tecnologia disruptiva. Autoridades brasileiras e americanas buscam encontrar um equilíbrio entre ética, desenvolvimento sustentável e progresso.

Para isso, a comitiva da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo está em uma missão, em Washington, DC, nos Estados Unidos, onde se reúne com parlamentares e empresários americanos, a fim de trocar experiências e conhecimento sobre essa tecnologia.

O objetivo é equilibrar a proteção aos direitos individuais do cidadão e a segurança cibernética com o desenvolvimento e o crescimento do nosso país. Garantindo uma inovação segura e estabelecendo diretrizes claras para o seu desenvolvimento e uso.

Washington transpira avanço e progresso. O Brasil não pode ficar de fora de uma discussão tão importante como essa, nesse cenário global da tecnologia. A primeira reunião desta missão foi no Brazil Institute e no Woodrow Wilson Center Technology Lab . O centro é como um Think Thank , uma instituição voltada para mapear informações que ajudam na tomada de decisões e na criação de políticas públicas. Ficou muito clara a necessidade de usar a IA em toda a sua capacidade para tornar a sociedade mais próspera e igualitária. Mas existe a preocupação de que a ferramenta seja mais segura e responsável para que exista confiança e estabilidade. Por isso, a regulamentação. Não basta criar um conselho ou um escritório só sobre IA no âmbito público porque impactará todos os setores da sociedade. E é importante o cidadão entender todo esse processo. Durante o encontro, eu expliquei que no Brasil, temos agências reguladoras responsáveis por cada setor, o que facilita o processo de gestão da inteligência artificial.

Visitamos ainda uma empresa que se dedica à aplicação da Inteligência Artificial na área da educação, explorando formas de integrar o conhecimento gerado por essa tecnologia aos alunos durante as aulas. Finalizamos o dia em uma associação que reúne mais de mil empresas de Tecnologia da Informação (TI), onde o foco principal foi promover o desenvolvimento contínuo, sem entraves. Este foi o saldo do primeiro dia da nossa missão, em Washington.

Destaco a vantagem de contar com a IAl na tomada de decisões com precisão. Liderei mais de dez audiências públicas no Senado Federal para a elaboração do substitutivo do Projeto de Lei (PL 1338/2023) sobre IA. Ouvimos especialistas, acadêmicos, a comunidade científica, representantes da indústria, do sistema público de saúde e outras instituições também relevantes. Com base nessa ampla discussão com participação de vários setores, analisamos o desenvolvimento e a aplicação da Inteligência Artificial.

A IA engloba um conjunto de diversas tecnologias diferentes. Ao longo de décadas, amadurecemos significativamente na capacidade de coletar e analisar os dados sobre os quais a IA foi construída. Embora seja uma área de evolução constante, não é uma tecnologia totalmente nova. O Brasil possui uma notável capacidade de desenvolvimento e, com as ferramentas adequadas, podemos impulsionar significativamente o progresso nesse segmento. A implementação de uma legislação responsável e ética é essencial para avançarmos nesse propósito de forma sustentável e benéfica para a sociedade.

** Marcos Pontes é mestre em Engenharia de Sistemas e o primeiro astronauta profissional a representar oficialmente um país do hemisfério sul no espaço. Foi ministro das Comunicações (2019-2020) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (2020-2022). Atualmente é senador da República por São Paulo, cargo para o qual foi eleito com mais de 10,7 milhões de votos. Entusiasta do avanço das tecnologias de inteligência artificial, defende o desenvolvimento econômico e social do país por meio do conhecimento, da educação, da ciência, da tecnologia, da inovação e do empreendedorismo.

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