Uma obra original do famoso artista inglês Banksy foi queimada durante uma transmissão ao vivo e então vendida digitalizada como NFT, ou token não fungível, por quatro vezes seu valor original. Os responsáveis são um grupo de investidores de criptoativos conhecidos como Injective Protocol. A pintura destruída se chamava “Morons”, que em sua última avaliação valia US$ 95 mil. Contudo, seu token foi vendido por mais de US$ 382 mil.
O acontecimento é inédito no mundo da arte. O grupo digitalizou a obra e então organizou um evento transmitido ao vivo para queimá-la. O vídeo abaixo mostra um homem mascarado representando os Injective Protocol ateando fogo na peça com um isqueiro.
Logo após a queima, eles registraram o arquivo como um NFT e o negociaram através da plataforma Open Sea. O valor final da venda foi de US$ 382.336, quatro vezes mais do que o valor original da obra. O comprador foi um usuário sob o nome de GALAXY e a transação foi feita através da criptomoeda ether
(ETH).
Ofensa ou movimento artístico?
"É totalmente um esquema, considerando que essas coisas (NFTs) estão sendo vendidas por muito dinheiro", disse o reconhecido crítico de arte contemporânea Ossian Ward à BBC . "Você pode dizer que qualquer coisa é uma obra de arte, mas se você queima um Banksy e depois quer dinheiro por isso é algo de um patamar artístico muito baixo para mim”, concluiu.
Julgado como um ultraje e como um esquema para se ganhar dinheiro, as ações dos Injective Protocol foram muito mal vistas dentro do mercado artístico. Contudo, Mirza Uddin, uma porta-voz do grupo, falou à BBC : “Vemos este evento de queima como uma expressão da própria arte”.
Eles também se defendem, afirmando que escolheram especificamente um trabalho de Banksy para fazê-lo porque o artista já rasgou uma de suas obras durante um leilão no passado e isso foi tido como um protesto válido ou movimento artístico . Porém, as críticas são majoritariamente direcionadas ao fato do grupo ter capitalizado sua ação, e não exatamente à destruição da pintura em si.
NFTs emergem: Steve Aoki vende token por US$ 888 mil
Cada vez mais artistas e setores de todo o mercado aderem à onda dos tokens não fungíveis. Após Kings of Leon lançarem o primeiro álbum registrado como NFT, o DJ Steve Aoki também criou e vendeu um ativo digital próprio por US$ 888.888 na última segunda-feira (08).
O NFT foi nomeado de “Hairy” e é um vídeo de 36 segundos que apresenta um ser colorido repleto de pelos se movimentando ao som de uma trilha original produzida pelo DJ. Seu comprador foi John Legere, antigo CEO da empresa de telecomunicações T-Mobile.