O presidente da Rússia
, Vladmir Putin
, avisou que em 2021 grandes empresas de tecnologia estrangeiras seriam obrigadas a se adequar à legislação russa. Google
e
Facebook
foram alvos
dessa ira do governo russo; falharam em banir conteúdos que Moscou considera como ilegais e, portanto, foram multados – uma vitória para o que Putin chama de “soberania digital russa”.
Rússia quer conteudo ligado a protestos fora do ar
A Corte do Distrito de Tagansky, em Moscou, aplicou multas separadas de US$ 353.890 ao Facebook, por oito ofensas diferentes, e à Alphabet Inc., do Google, de US$ 81.600, por três infrações distintas – os valores correspondem a R$ 1,8 milhão e R$ 435.075, respectivamente. Ambas as empresas foram condenadas por práticas administrativas, segundo documentos da corte.
Por trás das condenações estão postagens que encorajaram menores a se juntarem a protestos de apoio ao principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny. Após sua prisão, em janeiro, milhares de russos foram as ruas em manifestações contra o governo. A polícia de Moscou prendeu centenas; o Kremlin, meses depois, rastreou conteúdos que encorajaram os protestos e obrigou plataformas a apagá-los, sob pena de multa.
Google recorre decisão da justiça russa
Na semana passada, o Google na Rússia apelou a uma decisão da justiça, que obriga o YouTube a desbloquear a conta do Tsagrad TV, canal cristão-ortodoxo do empresário Konstantin Malofeev. O russo sofre sanções financeiras da União Europeia e dos Estados Unidos desde 2014 por apoiar separatistas russos na Ucrânia – razão do banimento. “O Google está comprometido a obedecer sanções e obrigações legais de negócios. Se descobrimos que uma conta violou essas leis, nós tomamos as providências cabíveis”, disse a big tech .
A rinha entre Rússia e empresas de tecnologia americanas é uma disputa de longa data. O governo já tentou censurar o LinkedIn, da Microsoft
, no país em 2016. Desde do mês passado, o governo desacelera o tráfego do Twitter
. No Fórum Econômico Mundial de Davos, Vladmir Putin acusou as companhias do Vale do Silício de praticarem o que caracterizou como “monopólio”.
O Google na Rússia preferiu não comentar o caso. O Facebook não respondeu aos pedidos da Reuters .