A inflação avança
sobre os produtos eletrônicos, como televisores e aparelhos som e informática. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo) para eletroeletrônicos teve aumento acumulado de 8,68% em 2021. Consoles tiveram a maior alta acumulada no preço, de 17,05%.
O Brasil teve um aumento de 1,16% na inflação média no mês de setembro, segundo relatório divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (8). Essa é a maior variação no índice em um único mês desde 1994, quando foi registrado uma alta de 1,53% no IPCA.
Dos nove setores mapeados pelo IBGE, oito apresentaram aumento na inflação, o que provoca uma alta nos preços de produtos e serviços prestados. Entre os que tiveram alta, está a categoria de Artigos de Residência, que teve aumento de 0,9% no IPCA em setembro e que inclui aparelhos eletroeletrônicos.
Consoles tem alta no preço parecida com energia elétrica
No quesito de aparelhos eletrônicos de entretenimento e streaming, o console é o campeão da inflação: o IPCA sobre o produto já ultrapassa os 17,05% no agregado de 2021. Nos últimos dez meses, o aumento no preço de gerações mais novas, como PS5 e Xbox Series X, se dá pela alta em peças e componentes de fabricação.
De acordo com a tabela do IPCA, consoles estão tão caros que chegam a ter uma alta de preço semelhante a da energia elétrica residencial, que registra acumulo de 17,76%.
Alguns dos eletrodomésticos também puxam a inflação para a categoria. É o caso dos refrigeradores, com aumento de 13,80% no preço desde janeiro de 2021. Também está mais caro comprar máquina de lavar roupa: o IPCA sobre o produto aumento mais de 8% a partir do começo deste ano.
Além disso, o preço do televisor está pesando mais no bolso do consumidor. De acordo com os dados do IBGE, o produto teve uma alta de 14,52% em 2021. Curiosamente, pagar para consertar uma TV em plena pandemia ficou mais barato em relação a 2020. Novamente, o motivo seria a falta de matéria prima e componentes.
Para empresários, preço é maior motivo para atraso
No mundo inteiro, o setor de eletrônicos enfrenta uma escassez de semicondutores, e isso vem preocupando inclusive os empresários brasileiros. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) feita em julho revelou que 60% dos empresários apontam a escassez e a alta nos preços como os principais motivos que atrasam a indústria no Brasil.
Outro fator que pode estar influenciando os preços praticados nacionalmente é a falta de containers e navios de carga, provocando um aumento de 5.000% no custo de importação de componentes eletrônicos.
Apesar dos desafios, o Brasil procurou mais outros países para trazer produtos como notebooks e periféricos de informática neste ano. Somente importações de celulares movimentaram uma economia de R$ 1,4 bilhão, segundo dados da startup Logcomex.
Aparelhos de som e PCs tiveram as menores variações entre os equipamentos eletrônicos no Brasil, de 0,34% e 0,68%, respectivamente.