O Facebook está tomando providências para evitar novos vazamento de informações sensíveis. No entanto, apesar do esforço, o comunicado interno aos funcionários da companhia já... veio a público. As informações foram reveladas pelo The New York Times na quarta-feira (13), uma semana após o depoimento de Frances Haugen.
A ação visa impedir que outras questões internas sejam reveladas à imprensa, nas redes sociais e afins. A companhia informou que está criando alguns grupos com foco em eleições e na segurança da plataforma para limitar o acesso a informações que são consideradas como "sensíveis". O anúncio foi veiculado nesta terça-feira (12).
"Nós estamos lidando com um aumento no número de vazamentos relacionados à integridade nos últimos meses", disse um diretor de engenharia no comunicado interno. "Esses vazamentos não representam as nuances e complexidades que envolvem o nosso trabalho e são constantemente retirados de contexto, levando o nosso trabalho a ser descaracterizado externamente."
Ainda assim, a medida não foi aceita por todos. Algumas pessoas viram a mudança como "contraprodutiva" e "desanimadora", segundo o debate acessado pelo jornal. Também há a percepção por parte de um comentário feito na discussão de que a ação vai resultar em ainda mais vazamentos a partir de funcionários desapontados.
Mas esta não é a primeira empresa que anunciou um plano para combater vazamentos que acabou, bem... vazando. Em 2017, um áudio da Apple que explicava sobre como lidar com o assunto veio a público. O caso aconteceu após uma reunião para apresentar estratégias para evitar que detalhes sobre produtos fossem revelados antes da hora.
Facebook planeja ação para evitar vazamentos há meses
O jornal ainda afirmou que a companhia é conhecida por encorajar o debate e a transparência. Mas o Facebook vem encarando diversos vazamentos sobre desinformação e outros assuntos. Não à toa, eles escreveram "O NOSSO ÚNICO PEDIDO: POR FAVOR, NÃO VAZE" (sim, em caixa alta) em um comunicado de julho.
Nota-se, portanto, que os vazamentos causam incômodo há algum tempo. Não à toa, a companhia busca medidas para impedir novos episódios que, consequentemente, acabam resultando em crises à companhia. Ao New York Times , um porta-voz da companhia confirmou que a empresa está planejando as mudanças há meses.
"Vazamentos tornam mais difícil para nossas equipes trabalharem juntas, podem colocar funcionários que trabalham com assuntos delicados em risco externamente e fazer com que tópicos complexos sejam mal interpretados e mal compreendidos", disse Andy Stone, porta-voz da rede social.
Frances Haugen presta depoimento no Senado dos EUA
O anúncio interno aconteceu após a delação da ex-gerente de produto da companhia. Na semana passada, Frances Haugen, denunciou práticas nocivas do Facebook ao Senado dos Estados Unidos. Ela também revelou pesquisas internas que mostravam que a companhia sabia dos danos que causava e que as suas plataformas “fazem mal para crianças, causam divisão e enfraquecem nossa democracia”.
“Nós podemos ter uma rede social para nos divertimos, que nos conecte uns aos outros, sem destruir nossa democracia, colocar nossos filhos em risco e semear violência étnica ao redor do mundo”, disse Haugen. “Dá para melhorar.”
Com informações: Engadget e The New York Times
Esquema do Facebook para evitar vazamentos de informações… vaza