iPhone 13 Pro
Divulgação/Apple
iPhone 13 Pro

A escassez de semicondutores atingiu a rotina da Apple em cheio. É o que conta o Nikkei Asia nesta quarta-feira (8): a companhia paralisou a produção do iPhone 13 e afins devido à falta de chips e a crise energética em outubro. Segundo o site, esta é a primeira vez em mais de dez anos que a fabricação de produtos da marca é interrompida durante o feriado de fim de ano na China (Golden Week).

As informações foram relatadas por pessoas a par do assunto. Elas informaram que a fabricação do iPhone, iPad e demais produtos da Apple foi interrompida "por vários dias" durante o feriado prolongado. Tradicionalmente, a Golden Week é marcada pelo aumento na produção de dispositivos da Apple, período em que os trabalhadores ganham hora extra em vez de folga para atender as demandas de fim de ano.

"Devido à limitação de componentes e chips, não fazia sentido trabalhar horas extras nos feriados e dar um pagamento extra para os funcionários da linha de frente", afirmou um executivo que não foi identificado. "Isso nunca aconteceu antes."

A interrupção acontece um cenário marcado pela escassez de chips. Segundo a reportagem, em setembro e outubro, a produção do iPhone 13 foi 20% menor do que o previsto mesmo ao colocar a nova linha de celulares da Apple como prioridade. Enquanto isso, a fabricação do iPad e de modelos mais antigos do smartphone tiveram uma queda de cerca de 50% e 25%, respectivamente, em termos de volume.

Os reflexos da crise também foram sentidos ao longo do ano. A Apple tinha como meta fabricar 95 milhões de unidades do iPhone 13 antes do final do ano, mas só conseguiu produzir entre 83 milhões e 85 milhões de aparelhos. A companhia, ainda segundo os relatos feitos ao site, esperava construir 230 milhões de iPhones em 2021.

Falta de chips afeta produção do iPhone 13

As explicações para a suspensão estão ligadas a diversos fatores. Mas as limitações para obter componentes é a principal causa da interrupção. A reportagem usa o iPhone 13 Pro Max como exemplo para demonstrar que a Apple até monta o celular, mas não consegue concluir o serviço devido à falta de algumas peças periféricas.

A observação é similar à queixa de outras fabricantes, inclusive do setor automotivo. No caso da Apple, trata-se de chips da Broadcom, Nexperia, Texas Instruments e outras fornecedoras para gerenciamento de energia, conectividade e mais. "Mesmo que você tenha 99% dos componentes prontos, se faltar um, dois ou três componentes, não é possível dar o pontapé inicial na montagem final do produto", afirmou outro executivo.

Outros fatores estão por trás da crise. É o caso das restrições locais devido à crise energética da China, que impactam diretamente o funcionamento de fábricas. Os reflexos da pandemia de Covid-19 também aparecem na história, como os episódios de lockdown na Malásia e no Vietnã, além dos atritos entre os Estados Unidos e China.

Crise de chips afeta prazos de entrega no mundo todo

Os impactos já são sentidos na ponta do consumidor e podem afetar as vendas de Natal. O Nikkei Asia relatou que, apesar de redução do prazo de entrega do iPhone 13 Pro e 13 Pro Max de mais de cinco semanas para uma a duas semanas, esta não é a realidade de outros produtos. No caso do iPad, a previsão alcança meados de janeiro.

O Tecnoblog simulou entregas de alguns produtos para São Paulo (SP) pelo site da Apple Store do Brasil nesta quarta-feira (8). O iPhone 13 de 128 GB está previsto para ser entregue nesta quinta-feira (9). Mas a situação é diferente para o iPhone 13 Pro e 13 Pro Max de 128 GB: neste caso, a entrega aconteceria entre 16 e 23 de dezembro.

Os prazos são ainda maiores para o iPad. No caso do iPad Mini de 6ª geração de 64 GB (Wi-Fi), a loja virtual prevê que a entrega acontecerá entre 14 e 21 de janeiro de 2021. Já o MacBook Pro de 14 polegadas com Apple M1 Pro de entrada está previsto para chegar à casa do consumidor entre 3 e 7 de janeiro. Ao personalizar as especificações, o prazo do notebook se assemelha ao do tablet. A Apple não comentou sobre o assunto.

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