Netflix, Disney e outras empresas citam sites brasileiros em lista global de pirataria
Felipe Ventura
Netflix, Disney e outras empresas citam sites brasileiros em lista global de pirataria

Há incontáveis serviços para baixar filmes de maneira ilegal na internet. Em um relatório publicado neste ano, estúdios de Hollywood — Disney, Netflix e outros — incluíram dois portais brasileiros na lista dos sites mais prejudiciais para a indústria cinematográfica. Esse documento foi idealizado por produtoras dos EUA para fortalecer o combate à pirataria no mundo.

Em fevereiro, a Motion Picture Association (MPA) — representante da Disney, Paramount, Universal, Warner, Columbia e Netflix — listou em seu relatório anual os maiores sites de pirataria em operação fora dos EUA. No ranking, a associação citou os portais brasileiros Topflix e Baixafilme, cujas visitas somadas ultrapassam a marca dos 30 milhões de usuários ativos por mês.

Segundo o documento, o Topflix é o maior serviço de streaming pirata do Brasil. Com mais de 5 mil links ilegais para assistir a cerca de 1,5 mil séries e filmes de graça, o site preocupa a MPA por não só registrar 22,8 milhões de visitas mensalmente, como também monetizar a plataforma com anúncios. A localização do servidor é desconhecida, devido ao serviço de proxy reverso do Cloudflare.

Enquanto isso, o Baixafilme é o maior agregador de torrents de filmes e séries no Brasil, com mais de 18 mil títulos disponíveis para baixar. Em operação desde 2011, o site recebe, em média, 8,1 milhões de visitantes por mês. Além de oferecer downloads ilegais, o portal lucra com anúncios. Sua localização também é desconhecida por causa dos filtros do Cloudflare.

Ao incluir o Topflix e o Baixafilme no relatório, a MPA espera que as autoridades de fora dos EUA fiquem cientes do tamanho dos sites e tomem medidas judiciais para encerrar as atividades de ambos os portais. Há, porém, um problema: ninguém sabe onde os dois serviços estão hospedados, e não dá para exigir o desligamento dos domínios sem conhecer a localização exata deles.

Relatório da MPA visa auxiliar investigações

Por enquanto, a lista da MPA serve apenas como um “ranking de periculosidade” para os sites de pirataria. Na Europa, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (da sigla em inglês, IFPI) publicou um relatório parecido, o qual incluiu até mesmo Telegram e Twitter, além de outras redes sociais e mensageiros.

A ideia desses relatórios é facilitar o combate à pirataria, oferecendo informações sobre serviços com potencial para prejudicar a indústria cinematográfica. Os documentos não são leis, nem regras que precisam seguidas pelas autoridades à risca, mas podem ajudar em investigações e processos judiciais.

Pirataria em mídias físicas preocupa associações

Além de mirar em sites da internet, associações dos EUA também se preocupam com a venda ilegal de produtos e mídias físicas. Em fevereiro deste ano, um documento reuniu os mercados e domínios com o maior índice de pirataria, dente eles a Shopee, o AliExpress e até a Rua 25 de março, em São Paulo.

Intitulado Notorius Market List (NML), o documento foi publicado pelo Escritório Representante de Comércio dos Estados Unidos, ligado ao Gabinete Executivo da Presidência. Esse relatório é atualizado com novas versões anualmente.

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