Os grandes marketplaces oferecem uma série de produtos, abrangendo categorias diferentes para atrair o público. Devido à facilidade de anunciar nesses sites, é comum nos perguntarmos se uma determinada loja é realmente confiável. Felizmente, há maneiras de identificar a credibilidade de um vendedor para evitar golpes. Abaixo, veja como fazer isso.
O que fazer antes de comprar em um marketplace
Antes de adquirir um produto em qualquer marketplace, é importante analisar a avaliação do vendedor/loja. Geralmente, as grandes plataformas divulgam o número de vendas e a opinião dos compradores. Assim, novos clientes podem ter uma certa noção da credibilidade.
Veja abaixo como encontrar a avaliação de um vendedor nos principais marketplaces:
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Mercado Livre
Na página do produto, encontre a seção "Informações da loja/Informações sobre o vendedor" e verifique a avaliação — o Mercado Livre disponibiliza dados sobre a quantidade de vendas nos últimos 60 dias, qualidade do atendimento e prazo de entrega.
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Amazon
Na página do produto, mais especificamente na área de iniciar o processo de compra, clique no nome do vendedor ao lado de "Vendido por" para analisar suas vendas — além dos comentários, a Amazon informa o nome comercial, CNPJ e endereço.
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Shopee
Na página do produto, logo abaixo do botão "Comprar Agora", a plataforma exibe os dados do vendedor. Em "Avaliações", clique no número mostrado ao lado para verificar os comentários de outros clientes e a quantidade de estrelas.
Você também pode analisar a reputação do marketplace no Reclame Aqui. Com base na avaliação de outros clientes, é possível saber se a loja responde às reclamações rapidamente em situações de problemas. Assim, caso algo aconteça, você saberá se terá um suporte adequado.
Outra opção é o portal do consumidor, disponibilizado pelo Governo Federal. Por lá, qualquer pessoa pode consultar informações de uma empresa, como índice de solução e reclamações respondidas, por exemplo. Esses dados podem te ajudar a verificar se um determinado marketplace se preocupa com o pós-venda.
Como evitar golpes
Quando se trata de compras online, é preciso ter muito cuidado para não perder seu dinheiro ou ter seus dados roubados. A seguir, mostramos algumas dicas de segurança para evitar possíveis fraudes online.
É importante ressaltar que essas recomendações não impedem que você sofra um golpe em plataformas de marketplace. Na verdade, seguindo essas dicas, é possível diminuir as chances de acontecer algum problema. Por isso, tenha sempre atenção antes da compra.
Procure os dados e recursos de segurança
Um marketplace confiável não tem medo de exibir seus dados e recursos de segurança. Geralmente, as informações mais importantes, como endereço, CNPJ e meios de contato, por exemplo, podem ser encontradas no final da página principal. Se uma loja mostra esses dados de forma clara, sem esconder em menus, isso já é um bom sinal.
Os recursos de segurança também devem ser analisados. Em marketplaces autênticos, é possível encontrar selos do Google e de outras empresas no final da página — eles confirmam que a plataforma foi analisada e pode proteger seus dados pessoais e bancários.
A certificação SSL é outro ponto importante. Normalmente, sites que exibem um cadeado verde na barra de endereço são mais seguros. Essa tecnologia criptografa os dados trocados entre o servidor e o dispositivo para evitar espionagem. Ainda assim, ela não garante que um domínio é realmente seguro. Por isso, foque em outras dicas para atestar a confiabilidade de um marketplace.
Negocie apenas pela plataforma
Muito cuidado com propostas para negociar fora do marketplace. As grandes lojas têm um sistema de segurança que garante a compra e entrega do pedido. Isso significa que, se acontecer algum problema, a plataforma pode ajudá-lo a solicitar um reembolso.
Portanto, se um vendedor quiser negociar por fora, solicitando o pagamento via transferência ou Pix para, supostamente, "agilizar a entrega do produto", cancele a compra imediatamente e denuncie-o para a empresa.
Tenho um problema. E agora?
O primeiro passo para resolver um problema, seja uma entrega não realizada ou o recebimento de um produto diferente, é entrar em contato com a loja que vendeu o item.
Empresas sérias oferecem diversas formas de atendimento, como e-mail, telefone ou chat. Caso tenha um problema relacionado a uma compra, procure falar com os atendentes da plataforma e explique em detalhes o que aconteceu.
No entanto, se a loja ou vendedor não responde suas tentativas de contato, a única solução é acionar o Procon do seu estado.
Em entrevista ao Tecnoblog, o advogado Bruno Boris, especialista em direito do consumidor, ressalta que a ação judicial pode ser movida contra o marketplace e o vendedor. "O cliente pode responsabilizar ambos (vendedor direto e marketplace) em razão da responsabilidade solidária prevista no Código de Defesa do Consumidor", disse.
Bruno ainda afirma que "no Procon, não é necessário ter um advogado, pois o próprio órgão vai orientar o consumidor sobre os procedimentos da reclamação e até mesmo dizer se ele está equivocado, quando isso acontece, é claro".
A maioria dos estados permite abrir uma reclamação online, mas alguns ainda trabalham presencialmente. Para seguir com uma solução judicial, você precisa dos seguintes documentos:
- Carteira de identidade;
- Comprovante de residência;
- Documentos da compra não cumprida pelo fornecedor;
- Capturas de tela do problema, como o não cumprimento do prazo de entrega.
É importante mencionar que o Procon não atua em todas as áreas. "Em causas cujo valor supere 20 salários mínimos, o consumidor precisa ir ao juizado especial de pequenas causas, sendo obrigatório a presença de um advogado. Em valores inferiores, é possível ir sem advogado e a triagem do juizado dará as orientações necessárias", comenta Bruno.
Há outra questão que merece atenção: caso o consumidor tenha sido impossibilitado de realizar um trabalho por conta de um produto não entregue no prazo, ele pode solicitar uma indenização. No entanto, é preciso comprovar que houve algum dano.
"Deve ficar bem claro que o prazo de entrega era certo e que, de fato, a falta do produto causou um transtorno ou a impossibilidade de realizar um trabalho. Por exemplo, um computador não entregue no prazo. Primeiro, foram muitos ou poucos dias de atraso? Será que o cliente não tinha uma pessoa para emprestar um computador para finalizar o trabalho? O juiz vai analisar todos os fatores. Cabe ao consumidor provar que sofreu o dano", diz o advogado.
Marketplace é seguro?
Sim, comprar em marketplaces é seguro, desde que você avalie a plataforma ou vendedor antes de adquirir um produto. Shopee, Mercado Livre, OLX e Amazon, por exemplo, são algumas empresas bem sucedidas nesse setor que já registram milhões de pedidos entregues.
Seguindo as dicas mencionadas anteriormente, você pode diminuir as chances de sofrer golpes. Se acontecer algum transtorno, é possível recorrer aos canais de atendimento das empresas e, em último caso, acionar o Procon ou outros órgãos para recuperar seu dinheiro ou pressionar pela entrega do item.