Nesta terça-feira (21), o Escritório Federal de Combate a Cartéis da Alemanha (FCO) abriu uma investigação sobre "possíveis restrições anticompetitivas" adotadas pelo Google Maps. O órgão regulador quer descobrir se a Alphabet, controladora do Google, está prejudicando outros mapas online ao dificultar a integração do Maps em aplicativos de terceiros.
Em um comunicado sobre o novo processo contra a gigante da tecnologia, o presidente do FCO, Andreas Mundt, disse: "temos informações que sugerem que o Google pode estar restringindo a integração de seu próprio serviço de mapas em aplicativos de mapas de terceiros".
Ele também explicou que o Google Maps parece dificultar a incorporação de seus dados de localização, função de pesquisa e do Google Street View em aplicativos e plataformas que não pertencem ao Google. Dessa maneira, o usuário recorreria mais vezes aos serviços próprios da Alphabet, o que, segundo a lei alemã, é uma prática anticompetitiva.
Autoridades alemãs estão de olho no Google
Em 2022, o Escritório Federal de Combate a Cartéis da Alemanha ganhou mais poderes e agora está de olho nas grandes empresas de tecnologia. Trata-se do mais recente processo iniciado pelo órgão alemão contra o Google. No mês passado, o FCO também abriu outras investigações sobre o Google News Showcase e sobre os termos de uso de dados da companhia.
Segundo Mundt, o Escritório vai examinar se essa prática do Google Maps poderia ajudar a empresa a "expandir ainda mais sua posição de poder em relação a determinados serviços de mapas". O FCO também deve analisar os termos e condições de licenciamento para o uso dos serviços de mapas do Google em sistemas de carros. Como parte da investigação, a autoridade alemã vai entrevistar clientes e concorrentes do Google Maps.
Caso seja identificado que o Google está, de fato, prejudicando a livre concorrência, conforme as leis alemãs, o Escritório Federal de Combate a Cartéis pode intervir nas operações do Maps. Segundo um porta-voz do Google, a companhia está trabalhando com os reguladores do país e se prontificou a responder qualquer pergunta sobre seus negócios.