A Alphabet Inc., empresa que controla o Google , anunciou nesta sexta-feira (22) que está encerrando o projeto Loon , uma ambiciosa iniciativa para desenvolver um sistema de balões para levar internet rápida a locais remotos do planeta.
O motivo não é tecnológico: os “balões do Google” já foram usados com sucesso em vários casos, como no auxílio ao resgate de vítimas de um terremoto no Peru, e os engenheiros do projeto constantemente quebraram recordes de altitude e permanência no ar.
A versão atual do sistema pode entregar cobertura de internet móvel a uma área de 11 mil quilômetros quadrados, 200 vezes maior do que uma torre de telefonia celular tradicional.
O maior problema para o projeto é aquele que afeta a maioria das ideias pioneiras: dinheiro. Segundo Alastair Westgarth, CEO da Loon (empresa criada para tocar o projeto), o objetivo era conectar à internet não o “próximo” bilhão de pessoas, mas sim o “último” bilhão, comunidades em áreas remotas que são muito difíceis de alcançar, ou onde implantar um serviço usando tecnologias já existentes e caro demais.
Na última década, muitas das regiões que não tinham serviço se tornaram conectadas, e a disponibilidade de acesso à internet no mundo todo hoje está em 93%. Segundo a Wired , as áreas restantes são ocupadas por povos que não podem pagar pelos smartphones 4G que recebem os sinais do Loon, ou que não creem que se conectar à internet vale o esforço.
E embora a empresa tenha encontrado vários parceiros dispostos a participar da jornada, não conseguiu encontrar uma forma de manter os custos baixos o bastante para criar um negócio sustentável a longo prazo.
Isso não significa que o esforço de uma década foi em vão. “Assim como a tecnologia do Loon
foi construída com base em trabalho pioneiro feito por outros em campos como aviação, meteorologia e inteligência artificial
, esperamos que algumas das tecnologias do Loon sobrevivam para apoiar a próxima geração de inovadores”, diz Westgarth.