Em uma declaração durante o julgamento em Wilmington, tribunal de Delaware (EUA), em defesa da aquisição da SolarCity
pela Tesla
em 2016, Elon Musk
insistiu que ele não tem controle nenhum sobre o conselho da montadora de veículos elétricos. E mais: o CEO também afirmou que, embora a posição que mantém atualmente na empresa seja aquela que não deseja, ele deve mantê-la ou a marca "vai morrer".
"Eu odeio [ser CEO]", disse Musk. "Prefiro dedicar meu tempo ao design e à engenharia, que é o que gosto intrinsecamente de fazer, mas se não for eu, francamente, a Tesla vai morrer".
Elon Musk x Tesla x SolarCity? Entenda o caso
Na última segunda-feira (12), Musk foi ao tribunal de Delaware para se defender de uma ação movida pelos acionistas da Tesla – sim, sua própria empresa. O caso judicial foi movido após o executivo comprar a empresa de painéis solares SolarCity, em 2016, por US$ 2,6 bilhões.
De acordo com os acionistas da fabricante de carros elétricos , o bilionário não cumpriu com seus deveres fiduciários, já que a companhia comprada pertencia à família do empresário. É importante notar que a empresa em questão foi fundada pelos primos de Musk e que, na época, ele era o presidente tanto da Tesla quanto da SolarCity.
No julgamento, o CEO da Tesla insistiu que foi o conselho – com o apoio de 85% dos acionistas – que decidiu independentemente adquirir a SolarCity pela alta quantia, e que não pressionou o grupo a agir "de uma forma ou de outra". Já os demandantes argumentam que a compra foi, na verdade, um resgate, e que Musk e outros supostamente se beneficiaram "às custas da Tesla e dos acionistas minoritários".
O executivo diz que jamais ganhou dinheiro com o negócio. "Uma vez que era uma transação de ação por ação e eu possuía quase exatamente a mesma porcentagem de ambas [22%], não houve ganho financeiro", explicou o CEO, que ainda detalhou que não controla a nomeação, remoção ou compensação de membros do conselho, reiterando que ele "tem influência mínima sobre as decisões" do grupo.
Se Musk perder o julgamento, ele poderá ser forçado a pagar os US$ 2,6 bilhões em danos, a depender da decisão do juiz. O julgamento vai durar até 23 de julho.