Um estudo realizado pelas Universidades de Bristol e da Pensilvânia publicado no BMJ Open revelou que a desinformação no Twitter está levando adultos a tomarem decisões equivocadas na hora de fazerem tratamentos de saúde. Informações falsas compartilhadas na rede são encaradas como verdade por muitos usuários.
Na pesquisa, que avaliou o grau de confiança dos internautas em informações online, fumantes adultos acabaram desencorajados a usarem os produtos eletrônicos após tweets dizerem que eles eram mais prejudiciais do que os cigarros tradicionais. Apesar de já haver diversos estudos comparando danos dos cigarros eletrônicos e dos convencionais, poucos avaliaram a influência das fake news nas decisões dos fumantes.
Desinformação no Twitter
Foram convocados 2.400 fumantes adultos dos EUA e do Reino Unido que não estavam usando cigarros eletrônicos. Eles foram expostos à desinformação sobre os danos do cigarro eletrônico no Twitter.
Após o período de exposição, tanto com notícias verdadeiras quanto falsas, os médicos fizeram uma série de perguntas para o grupo, avaliando como os dados influenciaram em seus hábitos de fumar. Após a randomização, eles foram solicitados a ver um tweet por vez em ordem aleatória (quatro tweets no total) e foram feitas perguntas breves sobre cada tweet, em termos da eficácia percebida do tweet; probabilidade de responder, retuitar, curtir e compartilhar o tweet; e sua resposta emocional ao tweet.
A conclusão é de que muitos adultos que consideram o uso de cigarros eletrônicos como uma tentativa de parar de fumar foram desencorajados a fazem o uso dos aparelhos após verem alguns tweets dizendo que eles eram tão ou mais prejudicial que os cigarros convencionais.
"Este é o primeiro estudo a explorar o efeito da exposição à desinformação sobre os danos do cigarro eletrônico no Twitter entre os fumantes. Essas descobertas são importantes porque mostram que mesmo uma breve exposição à desinformação sobre os e-cigarros pode estar atrapalhando os esforços para reduzir a carga do tabagismo sobre os fumantes atuais nos Estados Unidos e no Reino Unido", disse Andy Tan, professor da Universidade da Pensilvânia.