Nesta sexta-feira (10), o Google notificou os funcionários brasileiros que foram afetados pela demissão em massa anunciada pela empresa
no final de janeiro.
Ao todo, 12 mil trabalhadores de todo o mundo foram desligados da companhia. O Google não revela o número de funcionários afetados no Brasil, nem quais foram as áreas com maior número de pessoas demitidas.
No LinkedIn, é possível encontrar alguns relatos de funcionários desligados e outros de pessoas que não foram afetadas, mas que deixaram recados para os colegas.
Funcionários citaram que esta sexta-feira está sendo um "dia bem difícil" no escritório do Google no Brasil, e que a empresa desligou trabalhadores talentosos.
Demissões em massa nas gigantes de tecnologia
Em janeiro, o CEO do Google, Sundar Pichai, havia anunciado a demissão em massa. Na ocasião, o executivo citou motivos macroeconômicos para justificar a decisão da companhia.
"Nos últimos dois anos, vimos períodos de crescimento dramático. Para acompanhar e alimentar esse crescimento, contratamos para uma realidade econômica diferente da que enfrentamos hoje", afirmou.
Além do Google, outras empresas de tecnologia também passaram por demissões em massa nos últimos meses, como Amazon, Microsoft , Twitter e Meta .
Os motivos citados pelas gigantes de tecnologia foram, de modo geral, os mesmos: as empresas disseram que contrataram muitos funcionários durante a pandemia de Covid-19, quando os serviços de tecnologia se tornaram ainda mais essenciais, mas não veem o ritmo acelerado se mantendo atualmente, o que acarreta em demissões massivas.
No caso do Google, cartas abertas indicam que pode haver um ingrediente a mais
. A TCI Fund Management, empresa britânica de gestão de fundos e investidora da Alphabet, dona do Google, chegou a pedir para que a empresa realizasse uma demissão em massa, alegando que a companhia tinha muitos funcionários e que eles tinham remuneração acima da média do mercado.
Depois do anúncio dos cortes feito pelo Google em janeiro, a TCI Fund Management voltou a pedir que a companhia demita ainda mais pessoas. "A decisão de cortar 12 mil empregos é um passo na direção certa, mas nem mesmo reverte o forte crescimento do quadro de funcionários de 2022. Em última análise, a gestão precisará ir além. Acredito que a administração deve ter como objetivo reduzir o quadro de funcionários para cerca de 150 mil, o que está alinhado com o número de funcionários da Alphabet no final de 2021. Isso exigiria uma redução total do quadro de funcionários da ordem de 20%", escreveu Christopher Hohn, gestor do fundo de investimentos, em carta a Sundar Pichai.