O sinal analógico de televisão será desligado nesta quarta-feira (29) em São Paulo e em 38 municípios da região metropolitana. A mudança do padrão fez muitas famílias buscarem a antena de conversão digital. Ao mesmo tempo, outra parte da população decidiu investir em modelos compatíveis com o novo sinal. O problema em muitas situações é encontrar locais que aceitem aparelhos antigos para descarte.

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Pensando nisso, algumas cooperativas de lixo eletrônico já se preparam para um aumento no número de televisores descartados. Além de trazerem facilidade para os donos de televisões antigas, o recolhimento de aparelhos com o fim do sinal analógico evita o contato do solo e de pessoas com partes tóxicas e elementos químicos presentes nestes aparelhos.

Segundo pesquisa do Ibope, 92% dos domicílios da Grande São Paulo estão preparados para o fim do sinal analógico
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Segundo pesquisa do Ibope, 92% dos domicílios da Grande São Paulo estão preparados para o fim do sinal analógico

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"Estes equipamentos podem liberar materiais como mercúrio, cádmio, cobre, cromo, entre outros que, caso dispostos em aterros não licenciados e controlados, podem contaminar o solo e atingir o lençol freático, causando grande impacto ao meio ambiente e ao ser humano", informa Alex Pereira, presidente da Coopermiti.

Em 2016, a cooperativa processou cerca de 1,2 tonelada de televisões de tubo por mês. Este ano, a média registrada já superou a marca de 1,6 tonelada e, de acordo com estimativas, deverá checar em dezembro com média de 2 toneladas. Ao mesmo tempo em que o descarte adequado se torna mais comum, o fim do sinal analógico poderá fazer o descarte ilegal crescer consideravelmente nos próximos meses.

Para contribuir para um aumento número de descartes feitos de forma correta, a cooperativa mantém nove pontos de coleta ativos e três em processo de implantação. De acordo com Pereira, o proprietário que deseja se desfazer de uma televisão antiga, precisa se certificar que "esse local tem as licenças ambientais e autorizações pertinentes para realizar o trabalho". 

"Deve-se ter um certo cuidado pois há muitos pontos não habilitados recebendo e trabalhando com este tipo de resíduo e não destinando-o adequadamente. Uma maneira do consumidor se certificar disso é solicitar que a empresa apesente sua Licença Ambiental que lhe autoriza receber e tratar esse tipo resíduo", explica.

Condições para a migração

Em reunião na terça-feira (28), o Grupo de Implantação da TV Digital (Gired) afirmou que as condições para desligamento do sinal analógico na Grande São Paulo foram atendidas. De acordo com pesquisa feita pelo Ibope, 92% dos domicílios da região estão aptos a receber o sinal da TV digital.

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O encaminhamento do Gired ainda será levado para decisão final de Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O grupo é formado por integrantes da Anatel, do Ministério das Comunicações, de radiodifusores e de operadoras de telefonia. A decisão de desligar o sinal analógico foi tomada para transferir a faixa de 700 MHz da TV analógica para o serviço 4G de telefonia móvel. 

Entrega de kits

A estimativa é que 1,2 milhão de kits gratuitos tenham sido distribuídos na Grande São Paulo para beneficiários de programas sociais. Das famílias inscritas no Bolsa Família, 91% já contam com o sinal da TV digital. Nos demais programas sociais, o percentual é de 89%. Os kits, que contêm conversor, antena e cabos, continuarão sendo distribuídos por mais 45 dias.

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