Internet a preço acessível ainda não é realidade para muitos brasileiros, mostra estudo
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Internet a preço acessível ainda não é realidade para muitos brasileiros, mostra estudo

A Aliança para uma Internet Acessível, maior coligação mundial do setor de tecnologia, que compreende mais de 80 organizações, divulgou novo estudo sobre a realidade da rede em países de renda média ou baixa, que concluiu que menos de 40% dos brasileiros tem acesso à internet a preço acessível.

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Para 126 milhões de pessoas no Brasil, o preço é uma barreira para o acesso à rede mundial de computadores. A internet a preço acessível significa, de acordo com os responsáveis pelo estudo, que o usuário empenhe o máximo de 2% de sua renda para ter acesso à rede. Mas a realidade brasileira mostra que, para os mais pobres, a internet consome 9,42% da renda mensal. Para os mais ricos, essa fatia cai para 0,6% do orçamento.

O projeto tem como objetivo principal levar à esfera pública a discussão sobre as desigualdades decorrentes das novas tecnologias, e o preço da internet em diferentes países e como esse preço influi na população de cada um deles.

No ranking, que traz 61 países de renda considerada média ou baixa, o Brasil aparece na 13ª posição. No ano passado, o Brasil era sexto nesse mesmo ranking. E, em 2016, o País figurava em segundo. Vizinhos latinos aparecem na frente do Brasil, como Equador (11º), Argentina (7º) e México, Costa Rica, Peru e Colômbia, do 5º ao 2º, respectivamente. A Malásia lidera.

Anualmente, é realizada pesquisa nos países focados, para buscar entender e estudar como alguns países tiveram êxito em tornar o acesso à internet a preços mais acessíveis, de modo a universalizar a comunicação digital. Cada mercado é analisado individualmente e são desenvolvidas recomendações de ações focadas na melhor forma de baixar os preços e
progredir no número de usuários.

Dos 61 países estudados, apenas 24 tem acesso à internet a preço acessível – onde 1GB de dados móveis custam menos de 2% do rendimento médio. Em alguns países, o preço representa mais de 20% do rendimento médio.

O Dr. Omobola Johnson, Presidente Honorário da Aliança e ex-Ministro das Comunicações da
Nigéria, afirmou que “O acesso à internet é um motor crítico do crescimento econômico. A infraestrutura boa e estável constitui a espinha dorsal do acesso. Hoje, muitas das políticas em vigor conspiram para dificultar e encarecer a construção e manutenção das redes. Os gestores públicos devem focar na implementação de quadros políticos que trabalhem para apoiar o desenvolvimento inteligente e coordenado que garanta conectividade de alta qualidade e estabilidade, de modo a tornar acessível para todas as pessoas, independentemente de estarem na cidade, em aldeias rurais, nas comunidades ou até em ilhas remotas."

O relatório destaca que, no Brasil, a queda de sete posições se deve a uma série de fatores, como a diminuição no número de celulares e a contínua dificuldade em implementar políticas afirmativas de inclusão e das permissões para novas estrutura de telecomunicações.

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O acesso à internet ainda é limitado e caro no Brasil de acordo com o estudo, fatores que perpetuam as desigualdades e aumentam as barreiras entre os mais pobres e os mais ricos no País. Sendo a tecnologia uma forma de difusão de informações tão importante, excluir parcela significativa da população pela falta de estrutura de regiões mais periféricas é impedir que a internet a preço acessível chegue.

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