Redes sociais como Facebook, Twitter e YouTube estão analisando suas regras para saberem a melhor forma de lidar com contas ligadas ao Talibã. Nenhuma das plataformas chegou a mudar suas regras, mas elas estão se adequando para que conteúdo violento seja combatido da maneira correta.
Uma das grandes questões a respeito das redes sociais nesse momento, levantada pelo jornal The Washington Post, é se o Talibã terá permissão para controlar as contas oficiais do governo do Afeganistão no Twitter e no Facebook, algo que ainda está em aberto. Embora o grupo tenha assumido o controle sobre o governo, passar as contas oficiais para ele pode ser visto como uma legitimação do controle do Talibã sobre o país.
Talibã usa as tecnologias
Neste momento, o Talibã parece ter adotado as plataformas digitais para se comunicar e, por isso, uma ação rápida das redes sociais é tão essencial - mas o que se tem sido visto é uma revisão de regras mais lenta que o esperado. Na segunda-feira (16), por exemplo, um porta-voz do grupo usou o Twitter para reivindicar o controle de Cabul, a capital do Afeganistão. A rede social foi criticada por permitir as publicações.
Além disso, de acordo com o jornal The Washington Free Beacon, a coordenação do Talibã estaria sendo feita através do WhatsApp, que chegou a interromper alguns dos números. O Facebook, dono do aplicativo, proibiu o Talibã de usar qualquer uma de suas plataformas
, mas a criptografia de ponta a ponta do WhatsApp impede esse controle ativo, excluindo contas apenas quando elas são denunciadas por outros usuários.
Além da comunicação nas redes, o Talibã também pode utilizá-las para perseguir locais. De acordo com o portal Wired, a população do Afeganistão está apagando seus registros em redes sociais com o medo de que conteúdos que descumpram o regulamento fundamentalista religioso possam ser descobertos pelo Talibã, causando punições e perseguições.
Como as redes sociais estão reagindo?
O Facebook anunciou que está excluindo todas as contas ligadas ao Talibã na própria plataforma, no WhatsApp e no Instagram, além de banir conteúdos de quaisquer usuários que façam elogios ou apoio ao grupo extremista. Ainda assim, a empresa diz que aguarda direcionamentos oficiais para decidir a respeito da página do governo do Afeganistão.
"O Facebook não toma decisões sobre o governo reconhecido em nenhum país em particular, mas respeita a autoridade da comunidade internacional ao fazer essas determinações. Independentemente de quem detém o poder, tomaremos as medidas adequadas contra contas e conteúdos que violem nossas regras", disse um porta-voz do Facebook ao The Verge.
Também ao Verge, o Twitter disse que não tem uma política específica sobre o Talibã, mas afirmou que toma medidas contra perfis que violam as regras contra conteúdo violento e manipulação. "A situação no Afeganistão está evoluindo rapidamente. Também estamos testemunhando pessoas no país usando o Twitter para buscar ajuda e assistência", afirmou um porta-voz.
Já o YouTube disse ao site que encerrou todas as contas vinculadas ao Talibã. "O YouTube cumpre todas as sanções aplicáveis e leis de conformidade comercial, incluindo as sanções dos EUA relevantes. Dessa forma, se encontrarmos uma conta que se acredita ser de propriedade e operada pelo Talibã, nós a encerraremos", disse um porta-voz.