Facebook teve semana com pane, delação e polêmicas; entenda tudo o que aconteceu

Pane, delação e polêmicas

Os últimos dias não foram fáceis para o Facebook, que se manteve nos noticiários por motivos nada agradáveis durante a semana toda. Além de sofrer um apagão histórico, a empresa também foi acusada de prejudicar seus usuários de propósito. Entenda tudo o que aconteceu a seguir.

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Delatora entra em ação

A semana ruim do Facebook começou antes mesmo do apagão das suas redes sociais, ainda no domingo (3). Em entrevista ao programa 60 minutes, da CBS News, Frances Haugen revelou sua identidade.

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Quem é a delatora do Facebook?

Frances Haugen foi gerente de produto do Facebook e, em setembro, já havia vazado anonimamente diversos documentos comprometedores da empresa para o jornal The Wall Street Journal.

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O que dizem os documentos?

Em geral, o que os documentos mostram é que o Facebook está ciente dos seus problemas e não trabalha para resolvê-los. A rede social é acusada de saber que o Instagram prejudica a saúde mental de adolescentes, além de ter soluções prontas para resolver problemas de desinformação e discurso de ódio na rede social, mas optar por não implementá-las.

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O que dizem os documentos?

Além disso, o Facebook teria uma espécie de ‘lista VIP’ de personalidades de todo o mundo que não precisam seguir as regras da plataforma. De modo geral, a principal acusação de Haugen é a de que a empresa de Mark Zuckerberg sempre escolhe o lucro em detrimento do bem-estar dos usuários.

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Em meio ao caos, uma pane

Em meio à repercussão das declarações da delatora, o Facebook enfrentou um problema técnico. Na segunda-feira (5), WhatsApp, Instagram e o próprio Facebook ficaram fora do ar por quase sete horas.

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Pane no sistema

Na verdade, as plataformas não ficaram apenas fora do ar, mas também literalmente deixaram de existir - problema que poderia ter demorado ainda mais para ser solucionado. Como consequência, as ações do Facebook despencaram 5% nos EUA e o CEO Mark Zuckerberg perdeu US$ 6 bilhões.

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Ressaca do problema

Na terça-feira (6), a repercussão da pane escancarou outros problemas do Facebook. A empresa viu a concorrência crescer, sobretudo nos aplicativos de mensagens, e enfrentou críticas sobre a dependência das pessoas de seus serviços, sendo acusada de praticar monopólio.

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Como se não bastasse…

Na quarta-feira (7), outra bomba caiu sobre o Facebook: a delatora Frances Haugen depôs diante de comitê do Senado dos Estados Unidos. Em seu discurso inicial, a ex-funcionária acusou a empresa de “colocar seus lucros astronômicos na frente das pessoas”.

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Frances Haugen:

"Eu acredito que os produtos do Facebook ferem as crianças, promovem a divisão e enfraquecem a nossa democracia. A liderança da empresa sabe como fazer o Instagram e o Facebook mais seguros, mas não fazem as mudanças necessárias”.

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Problemas podem ser resolvidos

Haugen disse que o Facebook faz parecer que discurso de ódio, bullying e desinformação são consequências da existência das redes sociais e “fazem parte do jogo”. Ela afirma, porém, que os executivos da empresa têm soluções para todos esses problemas e não as aplicam para que isso não interfira nos seus lucros.

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Mark Zuckerberg na mira

Questionada pelos senadores, Haugen admitiu que o próprio Zuckerberg foi apresentado a soluções para problemas de discurso de ódio e as recusou porque isso poderia fazer o Facebook ter menos engajamento e, portanto, lucrar menos.

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Crianças e adolescentes são ponto fraco

Os senadores também quiseram entender de que forma o Facebook sabia que o Instagram pode prejudicar a saúde mental de adolescentes, sobretudo meninas, fato que está presente em documentos entregues aos parlamentares por Haugen.

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Crianças e adolescentes são ponto fraco

Esse é um assunto que pega no ponto fraco do Facebook. Para os legisladores dos EUA, é a melhor chance em anos de tomar medidas regulatórias contra a gigante de tecnologia, já que a população mais vulnerável está em jogo.

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Zuckerberg tenta se defender deslegitimando delatora

Depois da repercussão mundial do caso, Zuckerberg atacou as falas de Haugen para tentar se defender das acusações. Em nota aos funcionários, o CEO do Facebook disse que as acusações “não fazem nenhum sentido”.

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Mark Zuckerberg:

“O argumento de que promovemos deliberadamente conteúdo que deixa as pessoas zangadas pelo lucro é profundamente ilógico. Não conheço nenhuma empresa de tecnologia que se proponha a construir produtos que deixem as pessoas irritadas ou deprimidas. Os incentivos morais, de negócios e de produtos apontam todos na direção oposta”.

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Nova pane

Na sexta (8), os serviços novamente tiveram problemas, que foram reconhecidos pela própria empresa. Por 2 horas, Instagram, WhatsApp e Facebook passaram por instabilidade, sentida apenas por parte dos usuários.

Ana Marques

Não é a primeira vez

A semana caótica do Facebook, porém, está longe de ser a primeira vez na qual a rede social se envolve em polêmicas. O escândalo Facebook-Cambridge Analytica, que estourou em 2018, revelou que mais de 87 milhões de contas da rede social foram atingidas por uma coleta de dados indevida, que começou em 2014. As informações foram usadas para manipulação política, influenciando no resultado de eleições em todo o mundo - inclusive na vitória de Donald Trump nos EUA.

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O que vem pela frente?

Nos EUA, os senadores falaram em convocar Mark Zuckerberg para depor a respeito das acusações de Haugen. Os parlamentares também comentaram que pretendem criar novas leis e órgãos reguladores para conter o poder das gigantes de tecnologia.

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