A Apple registrou recorde nas vendas nos últimos três meses de 2021, superando as estimativas de Wall Street. Foi um sinal de que a fabricante do iPhone foi capaz de lidar com a crise na cadeia de suprimentos global alimentada pela pandemia e pela escassez de chips.
As vendas subiram 11% para US$ 123,9 bilhões no primeiro trimestre fiscal, encerrado em 25 de dezembro, informou a empresa nesta quinta-feira (27). Analistas previam US$ 119,1 bilhões, em média. O lucro também superou as projeções: a empresa lucrou US$ 34,6 bilhões no período, contra estimativa de US$ 31 bilhões do mercado.
Com sede em Cupertino, na Califórnia, a gigante de tecnologia não deu aos investidores uma previsão para este início de 2022, seu segundo trimestre fiscal, seguindo uma estratégia adotada durante a imprevisível era da Covid-19.
Gigante soube navegar na crise
Os resultados surpreendentemente fortes sugerem que os temores de problemas na oferta de aparelhos foram exagerados. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, havia alertado no fim do ano passado que a escassez poderia custar à empresa mais de US$ 6 bilhões em vendas durante o importante período de final de ano.
Mas a gigante da tecnologia navegou pela crise e se beneficiou de uma enxurrada de novos produtos, incluindo o iPhone 13, Apple Watch Series 7 e Macs atualizados.
Os investidores estão procurando a Apple em busca de garantia depois de uma recente queda nas ações de tecnologia. Preocupações com uma desaceleração nas vendas e aumentos nas taxas de juros tornaram o setor menos atraente no mês passado, com a própria Apple sofrendo com o recuo na Bolsa.
Depois de atingir um inédito valor de mercado de US$ 3 trilhões no início de janeiro, a Apple agora vale US$ 2,6 trilhões.
Mais de US$ 70 bi com vendas de iPhones a reboque do 5G
A empresa gerou US$ 71,6 bilhões em receita com seu principal produto, o iPhone, superando as estimativas de Wall Street de US$ 67,7 bilhões.
Isso representa um aumento de 9,2% em relação ao trimestre do ano anterior. O período de vendas representou o primeiro trimestre completo da receita do iPhone 13.
O novo smartphone foi colocado à venda em setembro, várias semanas antes do iPhone 12 em 2020. Embora o iPhone 13 tenha sido considerado uma atualização modesta, os usuários que desejam atualizar para o serviço 5G buscam o dispositivo.
"A oferta e a demanda estavam em grande parte equilibradas no final do trimestre, e os embarques da China estavam fortes", disse Toni Sacconaghi, analista da Bernstein, em nota antes da divulgação dos resultados.
As restrições no fornecimento que atingem a linha iPhone 13 e outros novos produtos, incluindo os mais recentes Macs e Apple Watches, resultaram em atrasos de várias semanas nas remessas.
No relatório de lucros anterior da Apple, a empresa disse que os problemas custaram US$ 6 bilhões em vendas – e alertou que o trimestre de festas seria ainda pior.
Vendas do iPad decepcionaram
Nesse contexto, os resultados foram um alívio para os investidores. Mas nem tudo foi cor de rosa: as vendas do iPad ficaram abaixo do projetado.
A empresa havia dito após o trimestre anterior que os problemas de fornecimento de semicondutores estavam afetando particularmente o produto. O Japão também foi um ponto fraco no último trimestre.
O iPad arrecadou US$ 7,25 bilhões no primeiro trimestre, em comparação com uma estimativa de US$ 8,1 bilhões.
A empresa lançou a atualização mais significativa do iPad mini na história do produto e uma pequena atualização para seu tablet mais barato durante o trimestre, mas lutou para obter suprimento suficiente para o mercado.
A Apple gerou US$ 19,5 bilhões em receita de serviços no primeiro trimestre, superando as expectativas de Wall Street de US$ 18,6 bilhões. A categoria cresceu 24% em relação ao ano anterior devido às fortes vendas de assinaturas da App Store, Apple Music e iCloud.
A empresa também divulgou cerca de US$ 10,9 bilhões em vendas de Mac, superando a estimativa de US$ 9,5 bilhões. O avanço foi de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. A Apple lançou um novo MacBook Pro durante o trimestre que foi bem recebido pelos consumidores e revisores.