Os AirTags, pequenos dispositivos da Apple usados para rastrear objetos e pets, estão sendo usados para perseguir pessoas. De acordo com informações do The New York Times, a prática tem se tornado comum nos Estados Unidos, onde criminosos deixam um AirTag no carro ou na bolsa de uma vítima para saber onde ela estará mais tarde.
O jornal conversou com sete mulheres que contam que foram rastreadas por AirTags. Uma delas é Ashley Estrada, de 24 anos, que foi notificada por seu iPhone de que um dispositivo rastreador estava perto dela - a notificação, porém, veio apenas quatro horas depois, demora que poderia ter resultado em um final desastroso.
"Me senti muito violada. Queria saber quem estava me rastreando, qual era a intenção dessas pessoas. Fiquei assustada", disse ela ao NYT. Nas redes sociais, os relatos de pessoas que passaram por situações parecidas só crescem.
Quando os AirTags foram lançados , no início do ano passado, pesquisadores de segurança já alertavam que esse tipo de problema poderia vir a se tornar real. Agora, departamentos de polícia nos Estados Unidos e no Canadá já investigam casos envolvendo os pequenos rastreadores da Apple.
De acordo com um departamento de polícia do Canadá, cinco incidentes estão sendo investigados nos quais ladrões colocavam os dispositivos "em veículos de alto preço, para que possam localizá-los e roubá-los mais tarde".
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Alex Kirschner, um porta-voz da Apple, disse ao NYT que a segurança dos clientes é levada "muito a sério" e que a empresa "tem o compromisso de preservar a privacidade e segurança dos AirTags". De acordo com a empresa, os AirTags têm recursos que informam usuários se eles estiverem carregando um dispositivo - as vítimas comentam, porém, que o aviso demora a chegar.
"Se os usuários por acaso sentirem que sua segurança está em risco, são encorajados a contatar a polícia local, que pode trabalhar com a Apple a fim de oferecer qualquer informação disponível sobre o AirTag desconhecido", disse Kirschner.