Lojas estão fora do ar sob suspeita de ataque hacker
Divulgação/Americanas
Lojas estão fora do ar sob suspeita de ataque hacker

Os sites de Americanas, Submarino e  Shoptime foram retirados do ar pela Americanas S.A., holding que gerencia os três e-commerces, depois que um "acesso não autorizado" foi identificado nos servidores.

A empresa ainda não confirmou que houve um ataque hacker e nem informou, até o momento desta publicação, se dados pessoais de clientes dos três sites foram comprometidos.

O que os clientes podem fazer?

Neste cenário de incertezas, o ideal é se precaver para que um possível vazamento de dados não termine em prejuízo financeiro para os clientes. Fabio Covolo Mazzo, especialista em cibersegurança e chefe de arquitetura de software na empresa de tecnologia CTC, aconselha os clientes de Americanas, Submarino e Shoptime a realizarem duas ações simples.

A primeira delas é bloquear temporariamente os meios de pagamentos que estavam salvos em qualquer uma dessas plataformas. Para isso, é necessário entrar em contato com a instituição financeira, já que cada uma funciona de um jeito - em alguns bancos, o processo é bastante simples e pode ser feito diretamente no aplicativo. Desta forma, se cartões de créditos forem expostos em um possível vazamento, os clientes não serão prejudicados financeiramente.

A segunda dica é trocar as senhas de outras plataformas que utilizem as mesmas credenciais. Por exemplo, se você utiliza a mesma senha na Americanas e no seu e-mail, troque a senha do e-mail. Assim, se a credencial for vazada, cibercriminosos não conseguirão ter acesso às suas contas em outras plataformas.

Cuidado com os golpes

Além desses dois cuidados básicos, Fabio também alerta que é importante que os clientes fiquem atentos para possíveis tentativas de fraudes. "A gente ainda não tem como saber a extensão dos danos", afirma o especialista, que acredita ser possível que dados pessoais como CPF, endereço, senha, número de telefone e cartão de crédito tenham sido expostos.

Nagib Barakat, especialista em Direito Digital do Urbano Vitalino Advogados, afirma que, de acordo com a lei, se houver vazamentos de dados pessoais, os titulares serão informados sobre isso. E aí é hora de redobrar os cuidados.

"O que o golpista sempre busca é uma vantagem financeira. Se de fato ficar comprovado o vazamento de dados pessoais, é importante que o titular dos dados tome alguns cuidados", alerta o advogado.

Com dados como esses em mãos, cibercriminosos conseguem aplicar os mais diversos golpes. Por isso, é hora de ficar atento a ligações, e-mails e contatos suspeitos. Uma fraude bastante comum é aquela na qual os hackers fingem ser do serviço de atendimento ao cliente de alguma marca famosa e, com dados dos clientes em mãos, conseguem fazer com que o contato pareça real, adquirindo ainda mais informações e conseguindo roubar dinheiro.

"Quanto mais dados o golpista tiver sobre você, mais assertivo ele vai ser na hora de aplicar um golpe, seja em terceiros, seja no seu banco, seja um roubo de identidade para abrir uma conta bancária", afirma Nagib. "Tem inúmeros problemas que podem advir desses episódios de vazamentos de dados, então é sempre importante a gente ter um cuidado redobrado quando isso acontece", aconselha.

O que diz a Americanas

Por enquanto, a Americanas não deu informações a respeito de possíveis vazamentos de dados, mas disse que "atua com recursos técnicos e especialistas para avaliar a extensão do evento e normalizar com segurança o ambiente de e-commerce o mais rápido possível" e que "trabalha com rígidos protocolos para prevenir e mitigar riscos". Confira o posicionamento completo do grupo:

"A Americanas informa que voltou a suspender proativamente parte dos servidores do ambiente de e-commerce na madrugada deste domingo (20/02) e acionou prontamente seus protocolos de resposta assim que identificou acesso não autorizado. A companhia atua com recursos técnicos e especialistas para avaliar a extensão do evento e normalizar com segurança o ambiente de e-commerce o mais rápido possível. A companhia reitera que trabalha com rígidos protocolos para prevenir e mitigar riscos. As lojas físicas não tiveram suas atividades interrompidas e permanecem operando".

** Dimítria Coutinho atua cobrindo tecnologia há cinco anos, se dedicando também a assuntos econômicos. Antes de trabalhar no iG, era repórter do Ada, um portal de tecnologia voltado para o público feminino. É jornalista formada pela Universidade de São Paulo com passagem pelo Instituto Politécnico de Lisboa.

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