O Google e a Meta estão sendo investigados por órgãos reguladores antitruste na União Europeia (UE) e no Reino Unido. O motivo é um acordo firmado pelas empresas em 2018, conhecido como Jedi Blue, que permitiu que Google e Meta impedissem outras empresas de tecnologia de ganharem espaço no mercado de anúncios digitais, segundo críticos.
Em comunicado à imprensa, a Comissão Europeia disse que se preocupa com o acordo, já que ele "pode fazer parte dos esforços para excluir serviços de tecnologia de anúncios que competem com o programa Open Bidding do Google e, portanto, restringir ou distorcer a concorrência nos mercados de publicidade online". A comissão abriu uma investigação antitruste a respeito do caso.
A Autoridade de Mercado de Concorrência do Reino Unido (CMA, na sigla em inglês) também investiga o acordo. "Estamos preocupados que o Google possa ter se unido à Meta para colocar obstáculos no caminho dos concorrentes que fornecem importantes serviços de publicidade online", declarou Andrea Coscelli, chefe do CMA.
Ao Financial Times, Margrethe Vestager, chefe de concorrência da UE, disse que pode ser que a investigação leve a uma conclusão de que o Google é o único culpado. "Ainda não concluímos se é uma coisa do Google sozinho ou se eles estavam juntos. Não é certo que Meta estava consciente dos efeitos do acordo e é isso que temos que investigar", afirmou.
O caso também já é investigado nos Estados Unidos por 15 procuradores-gerais estaduais. À Reuters, Google e Meta afirmam que as investigações da UE e do Reino Unido são equivocadas. "As alegações feitas sobre este acordo são falsas. Este é um acordo pró-competitivo documentado publicamente que permite que o Facebook Audience Network (FAN) participe do nosso programa Open Bidding, juntamente com dezenas de outras empresas", disse o Google. "O acordo de licitação não exclusivo da Meta com o Google e os acordos semelhantes que temos com outras plataformas de licitação ajudaram a aumentar a concorrência por posicionamentos de anúncios", afirmou o Facebook.