Elon Musk afirmou nesta quinta-feira (10) que não descarta a possibilidade do Twitter falir. A afirmação foi feita em uma reunião com funcionários da empresa, de acordo com o The Information.
A afirmação de Musk veio após diversos executivos de alto escalão da empresa pedirem demissão por discordarem da sua gestão. Entre eles, está o chefe de confiança e segurança, Yoel Roth, que era considerado uma das pessoas de confiança de Musk. Também deixaram a empresa a diretora de segurança da informação, Lea Kissner, e o diretor de privacidade, Damien Kieran.
Na reunião com alguns funcionários, Musk disse que a empresa pode ter um fluxo de caixa líquido negativo de vários bilhões de dólares, e acrescentou que a falência não está fora de questão. Um funcionário familiarizado com o assunto disse que a situação atual do Twitter "parece um caos".
Privacidade de dados
Um dos grandes problemas atuais do Twitter é com a privacidade de dados. A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) afirmou que está "acompanhando os desenvolvimentos recentes no Twitter com profunda preocupação".
A empresa concordou em maio deste ano em pagar uma multa ao órgão por violar a privacidade de dados dos usuários, usando suas informações para publicidade sem consentimento. Se o Twitter reincidir no erro, as multas podem ser bilionárias.
Em uma mensagem interna
, um funcionário do Twitter disse que a gestão de Musk pode forçar os engenheiros a tomarem decisões ruins para a privacidade de dados dos usuários. Isso explica a saída de diversos executivos da área de privacidade da empresa.
Alex Spiro, atual chefe do Departamento Jurídico do Twitter e advogado de confiança de Musk, teria dito que o bilionário "não tem medo da FTC".
"Nenhum CEO ou empresa está acima da lei, e as empresas devem seguir nossos decretos de consentimento", afirmou a FTC, em nota à imprensa estadunidense.