O Twitter Blue, assinatura paga da rede social, tem ferramentas que podem ser usadas de forma maliciosa, impulsionando a pirataria e a desinformação. Lançado no Brasil na semana passada
, o pacote já está sendo usado no país por contas que publicam filmes completos de forma pirata.
Uma das funcionalidades do Twitter Blue é a possibilidade de publicar vídeos mais longos, de até uma hora. Com isso, alguns usuários estão publicando filmes completos, cortados em duas ou três partes.
Um conta com mais de 25 mil seguidores se tornou famosa na rede social, publicando filmes como M3gan e O Gato de Botas 2. Os seguidores ajudam a pessoa por trás do perfil com doações via Pix para que a assinatura do Twitter Blue seja paga - no Brasil, ela custa até R$ 60 ao mês.
Além de permitir a circulação de pirataria na plataforma, o Twitter Blue tem outra brecha que pode ajudar a disseminação de desinformação. Uma funcionalidade do plano é a edição de tuítes. Em até 30 minutos, os usuários pagantes podem editar uma publicação até cinco vezes.
De acordo com o Twitter, os tuítes editados mantêm o engajamento de suas versões anteriores. Na prática, porém, a contabilização de curtidas é cumulativa, de acordo com a Forbes.
Isso significa que uma mesma pessoa pode curtir uma publicação até cinco vezes, aumentando de forma falsa seu engajamento. Pesquisadores ouvidos pela Forbes afirmam que essa falha pode ser usada de forma intencional por propagadores de desinformação, usando redes de pessoas para curtir um tuíte várias vezes, fazendo ele viralizar com informações falsas.
Desde que Elon Musk assumiu o Twitter, a plataforma tem passado por mudanças significativas, todas feitas às pressas. Os desenvolvedores da empresa não têm tempo de antecipar os riscos de cada ferramenta devido à velocidade adotada pela nova gestão. No último final de semana, Musk chegou a obrigar engenheiros a rapidamente aumentarem o engajamento de sua conta
na rede social.
A reportagem não conseguiu localizar o Twitter para comentar sobre o tema. Desde que Musk realizou uma demissão em massa na empresa, ela não conta mais com uma assessoria de imprensa.