Ao contrário do que possa parecer, Elon Musk não decidiu renomear o Twitter e passar a chamá-lo de X
da noite para o dia. Antes mesmo de comprar a rede social, o bilionário já detinha a marca X e tinha intenções de transformar a plataforma.
Antes de inaugurar a Tesla ou a SpaceX, suas principais companhias, Musk já tinha fundado uma empresa de pagamentos chamada X.com em 1999. No ano seguinte, a companhia se fundiu com outra, chamada Confinity, vindo a se tornar o que hoje conhecemos como PayPal.
Durante a fusão, os donos da Confinity concordaram com Musk que o nome X era mais forte e deveria ser mantido. Em 2001, porém, o X se tornou PayPal após um desentendimento entre os executivos, que fez com que Musk deixasse a empresa.
O domínio X.com, então, passou a ser do PayPal. Em 2017, Musk comprou o domínio de volta e, desde então, o site está inutilizado, mas sob posse do bilionário. Nesta segunda-feira (24), o domínio passou a redirecionar os usuários para o Twitter.
Entre 2001 e 2017, Musk não deixou de apostar na letra X em suas outras marcas. Sua empresa de exploração espacial SpaceX, fundada em 2002, carrega a letra em seu nome. Já a Tesla, sua montadora de carros, apresentou seu veículo Model X em 2012.
Antes de concluir a compra do Twitter, no ano passado, Musk declarou que transformaria a rede social no X, o que ele chamou de "o aplicativo de tudo". A intenção do bilionário é trazer serviços financeiros para a plataforma, aumentando suas ferramentas e tornando-a mais versátil.
Outras marcas e o X
Além da obsessão de Musk pela marca X, outras empresas de tecnologia também têm a marca registrada. De acordo com o advogado de marcas registradas Josh Gerben, há quase 900 registros ativos de marcas nos Estados Unidos que usam a letra X. "Há 100% de chance de que o Twitter seja processado por alguém", disse ele à Reuters.
Algumas das marcas que têm o X registrado são a Meta e a Microsoft. A Microsoft detém registros por conta do console Xbox, que usa a letra X em seu logotipo.
Já a Meta tem uma marca registrada desde 2019 que usa a letra X nas cores azul e branco. O registro vale para os setores de software e redes sociais.
Segundo o advogado, porém, marcas grandes como Meta e Microsoft não processariam o Twitter a menos que sentissem que o X invadisse o valor de marca que construíram sobre a letra.