O CEO do Twitter , Jack Dorsey , comentou a decisão da empresa de banir o perfil de Donald Trump depois da invasão ao Capitólio dos Estados Unidos . O executivo afirmou que não celebra, nem sente orgulho da medida adotada na conta do presidente americano. Segundo ele, a decisão criou um precedente perigoso na internet.
Em uma thread, Dorsey voltou a explicar que Trump foi banido devido às ameaças que seus tweets criavam à segurança dentro e fora da plataforma. “Acredito que foi a decisão certa. Enfrentamos uma circunstância extraordinária e insustentável, que nos obrigou a focar todas as nossas ações na segurança pública”, afirmou.
Apesar disso, o executivo admitiu que a decisão de banir uma conta tem consequências significativas. Ele afirmou que, apesar de algumas exceções claras e óbvias, considera a suspensão definitiva de um perfil uma falha do Twitter em seu objetivo de promover discussões saudáveis entre os usuários.
“Ter que realizar essas ações [banir contas] fragmenta a conversa pública. Elas nos dividem. Elas limitam o potencial de esclarecimento, redenção e aprendizado. E abre um precedente que considero perigoso: o poder que um indivíduo ou empresa tem sobre uma parte das conversas públicas globais”, continuou Dorsey.
CEO do Twitter avalia poder das redes sociais
O executivo afirmou que o poder das redes sociais costuma se resumir a ações individuais. O Twitter pode remover um usuário, que pode migrar para o Facebook , por exemplo. Para Dorsey, as medidas contra perfis de Trump em várias plataformas colocam em xeque a ideia de que usuários que não concordam com as regras podem migrar para outro serviço.
“Esse conceito foi desafiado na semana passada, quando vários provedores fundamentais também decidiram não hospedar o que consideraram perigoso. Não acredito que isso tenha sido coordenado. Mais provavelmente: as empresas chegaram às suas próprias conclusões ou foram encorajadas pelas ações dos outros”.
O CEO do Twitter
aponta que o momento exigia essa decisão das plataformas, mas afirmou que, a longo prazo, a prática será destrutiva ao propósito de internet aberta
. “Uma empresa que toma a decisão de se moderar é diferente de um governo que remove o acesso, mas pode parecer o mesmo”, afirmou.