A Ucrânia mantém sua conta oficial no Twitter ativa, e com movimentação intensa, enquanto sofre ataques militares da Rússia. No microblog, o governo ucraniano pede a derrubada do perfil do país adversário, e argumenta que "não há lugar para um agressor como a Rússia nas plataformas de mídia social ocidentais".
Segundo um comunicado do exército russo, os bombardeios começaram durante a madrugada desta quinta-feira (24). Além da capital Kiev, ao menos mais cinco cidades ucranianas foram afetadas pelo início da guerra entre os países.
Em seu perfil no Twitter, a Ucrânia diz que as mídias sociais do ocidente não devem autorizar a permanência da Rússia "para promover sua imagem enquanto mata brutalmente o povo ucraniano".
Em outra publicação, a conta oficial da Ucrânia pede que as pessoas marquem a @Russia e digam o que pensam sobre seus representantes. Nas respostas, entre memes e protestos, usuários da rede social pedem paz, e dizem que sabem que quem está por trás da guerra é o governo, e não o povo.
Perfil da Ucrânia no Twitter compara Putin a Hitler
Logo após os primeiros ataques, o perfil da Ucrânia compartilhou uma imagem que coloca o ditador nazista Adolf Hitler e Vladimir Putin , presidente da Rússia, frente a frente, com uma expressão satisfatória, ou de orgulho. O post sugere que há uma relação íntima entre a atitude de ambos os líderes.
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Na sequência, a conta ucraniana escreve que a ilustração "não é um meme", mas a realidade em que vivemos agora.
As publicações com críticas à Rússia, no entanto, não são novidade para quem já seguia a conta da Ucrânia no Twitter. Em uma busca rápida, é possível encontrar alfinetadas a Putin em 2016. O perfil é conhecido por publicar diversos memes, muitos deles sobre a tensão com o país adversário, apelidado de "vizinho mau".
Em um post de dezembro de 2021, a conta ucraniana insinua que o verdadeiro medo de Putin não é a Ucrânia, mas os direitos humanos, a imprensa livre e eleições justas. Outro tweet afirma que viver próximo à Rússia é uma "dor de cabeça".
Os conflitos que culminaram nos ataques desta quinta — e, efetivamente, no início da guerra — são de longa data. Mesmo após se tornar independente, com o fim da União Soviética, em 1991, a Ucrânia vive sob ameaças do governo russo. Putin acusa os atuais líderes do país vizinho de estarem por trás de um "projeto anti-Rússia".
O Kremlin agora tenta evitar a movimentação da Ucrânia no sentido de se associar à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que inclui 30 países, dentre eles os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e França.