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Cidades brasileiras ainda não têm acesso ao 3G
Unsplash/Gilles Lambert
Cidades brasileiras ainda não têm acesso ao 3G


Estamos em 2020 e você provavelmente já está acostumado a usar a conexão 4G no seu celular. Faz sentido: demorou um pouco, mas a maioria das cidades brasileiras e da população já estão em municípios cobertos pelas redes móveis de quarta geração.

Segundo dados de fevereiro da Associação Brasileira de Telecomunicações ( Telebrasil ), cerca de 4.700 municípios já estão cobertos pelo 4G, alcançando 97% da população brasileira . Isso não necessariamente quer dizer que o 4G é bom ou que ele cobre todo o município, mas que ele está presente, mesmo que pontualmente no território. O que esse número não deixa claro é que, apesar dos planos da Anatel , existe um grupo além dos 3% dos brasileiros que não tem 4G em suas cidades e que, dentro desses 3%, existe uma parcela do público sem contar sequer com acesso 3G.

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A agência previa que até 31 de dezembro de 2019, todos os municípios brasileiros fossem cobertos com o 3G . Ao fim de março de 2020, no entanto, existem regiões que ainda não estão cobertas pela tecnologia. Mais especificamente, são oito cidades pequenas que ainda não são atendidas.

  • Aporé (GO)
  • Cocalinho (MT)
  • Combinado (TO)
  • Muçum (RS)
  • Nova Ubiratã (MT)
  • Ouro Branco (RN)
  • Solidão (PE)
  • Tabaí (RS)

Segundo dados do IBGE , a população estimada destes municípios totalizava 47.224 em 2019. É uma parcela pequena da população brasileira (211 milhões segundo as projeções mais atuais do IBGE), ou cerca de 0,02% do Brasil.

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Por mais que sejam municípios pequenos, com poucos habitantes, isso significa que as operadoras não cumpriram as metas determinadas pela Anatel . A agência havia determinado em seu cronograma que até 31 de dezembro de 2017 todas as cidades com pelo menos 30 mil habitantes já deveriam estar cobertas pelo 3G , o que já está cumprido atualmente. O cronograma determinava que pelo menos uma prestadora deveria fornecer esse serviço para todas as cidades do Brasil até o fim de 2019.

De acordo com a Anatel , a agência está ciente da situação dessas cidades, que não contam atualmente com indicadores de qualidade referentes ao 3G. A organização diz ter solicitado a fiscalização dos municípios in loco para aferir a situação.

O que é 2G?

O 2G é uma tecnologia de redes de telefonia móvel introduzida nos anos 1990. Na época, a preocupação da indústria de tecnologia ainda não era melhorar conexão à internet , que ainda era incipiente entre o público comum.

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A ideia era criar um salto de qualidade nas chamadas de voz. O mote da tecnologia 2G é a telefonia digital , em contraponto com as redes de primeira geração, que ainda contavam com chamadas de qualidade analógica.

O 2G também introduziu a capacidade de transmissão de dados em telefones móveis, mas são velocidades pífias para os dias atuais. Você já pode ter percebido que quando o seu celular começa a mostrar o sinal de “E” (de EDGE) ou “G” (de GRPS) na barra de status, é praticamente impossível fazer qualquer coisa online, por mais leve que seja. Isso é o 2G : velocidades máximas de 400 kilobits por segundo.

A tecnologia 2G começou a ser sobreposta nos anos 2000, quando começou a penetração do 3G no Brasil. A preocupação com o 3G já era mais próxima das expectativas que temos hoje sobre para um smartphone : proporcionar uma velocidade satisfatória de conexão (para a época), que fosse equiparável à banda larga fixa . Hoje, as velocidades médias das redes de terceira geração ficam na média de 4 megabits por segundo de download e 1 megabit por segundo de upload, segundo relatório mais recente da OpenSignal publicado em janeiro.

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