Em uma audiência em uma corte federal em Seattle, nos EUA, nesta quinta-feira (14) um advogado da Parler
solicitou à juíza federal Barbara Rothstein que ordene que a Amazon
restaure seus serviços. David Groesbeck disse que a Parler sofrerá “dano irreparável” se for forçada a fechar, e que mantê-la em funcionamento serve ao interesse público. As informações são da Reuters.
“Milhões de norte-americanos que cumprem a lei tiveram suas vozes silenciadas”, disse Groesbeck. “Não há evidência, além de referências anedóticas na imprensa, de que a Parler esteve envolvida na incitação do tumulto”, referindo-se ao ataque ao Capitólio , em Washington, em 6 de janeiro.
Mas segundo Ambika Doran, advogada que representa a Amazon , a Parler violou seu contrato ao permitir conteúdo incentivando a violência, e não demonstrou ser capaz de moderá-lo de forma eficaz. “A Amazon fez a única escolha real que tinha, que era suspender a conta”, disse.
A empresa afirma que o conteúdo da Parler incluía pedidos para o assassinato da líder democrata da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, do líder democrata do senado, Chuck Schumer, dos CEOs da Amazon e Facebook (Jeff Bezos e Mark Zuckerberg) e de membros da imprensa.
Este conteúdo teria sido comunicado à Parler “várias vezes”. A inabilidade da rede em moderar esse discurso de ódio foi o mesmo argumento usado pela Apple e Google para remover o aplicativo da Parler de suas lojas .
O advogado da Parler diz que a Amazon censurou a rede por motivos políticos e para beneficiar um de seus grandes clientes, o Twitter , que não censurou conteúdo violento contra políticos conservadores. Em resposta, a Amazon reafirma que a suspensão da Parler não tem “nada a ver com política”.
A juíza Barbara Rothstein prometeu uma decisão “rápida”, mas não estabeleceu uma data limite para isto.
Provas do crime
O argumento da Parler de que seus usuários são cidadãos de bem que não tiveram participação no ataque ao capitólio pode cair por terra se o caso for a julgamento. Isso porque, antes da Amazon retirar os servidores da Parler do ar, uma hacker conseguiu arquivar 99,9% do conteúdo postado na rede, incluindo milhares de fotos e vídeos.
Muitos dos posts contém ameaças a empresários e governantes, ou menções ao evento em 6 de janeiro que antecedeu o ataque. Além disso, muitos usuários postaram na rede fotos e vídeos feitos durante o ataque, alguns deles dentro do Capitólio, que podem servir ao FBI
como provas de sua participação. Várias figuras de destaque no ataque já foram presas.