Zuckerberg se envolve em nova polêmica justamente na semana em que prestará depoimento no Congresso americano.
LLUIS GENE / AFP
Zuckerberg se envolve em nova polêmica justamente na semana em que prestará depoimento no Congresso americano.

O Facebook se envolveu em uma nova polêmica neste final de semana depois que o site TechCrunch conseguiu a confirmação de que a plataforma tinha apagado algumas mensagens enviadas pelo CEO Mark Zuckerberg e outros diretores da empresa até 2014. A confirmação só ocorreu porque o editor do site Josh Constine mostrou ter provas de que as mensagens tinham simplesmente sumido de seu "inbox".

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A polêmica se instaurou porque esse recurso não está disponível para usuários comuns da rede. Para tentar minimizar a repercussão, o Facebook comunicou que, além de se comprometer a não apagar mais mensagens de seus usuários arbitrariamente, também deverá disponibilizar essa opção  opção para todos em alguns meses. É claro que a falta de transparência da empresa, novamente, espantou muitas pessoas.

O problema não poderia acontecer em momento mais infeliz para Zuckerberg . Depois de  admitir que mais de 87 milhões de usuários tiveram seus dados captados por uma empresa privada que teria, inclusive, utilizado isso para influenciar campanhas políticas como a do presidente Donald Trump,  o CEO irá prestar depoimento no Congresso dos Estados Unidos a respeito, justamente, sobre manipulação de dados e a política de segurança da empresa.

A confirmação de que as mensagens de Zuckerberg foram realmente apagadas fez com que vários outros usuários que tinham conversado com o chefão do Facebook pelo Messenger antes de 2014 fossem procurar se as mensagens dessas conversas também tinham sido apagadas. E, é claro, muita coisa polêmica veio a tona, começando por uma fala do jovem Zuckerberg em 2010, na época com 19 anos, a respeito dos dados coletados dos alunos de Harvard:

"Se você precisar alguma vez de informações sobre qualquer pessoa em Harvard... só peça... eu tenho mais de 4000 emails, imagens, endereços e mensagens", disse Zuckerberg a um amigo. Esse lhe perguntou espantado: "O quê!? Como você conseguiu isso?" e Zuckerberg respondeu: "As pessoas simplesmente me enviaram isso... Eu não sei porquê... Elas só 'confiam em mim'... Idiotas fudidos", explicou em inglês.

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O próprio CEO confirmou a autoria das mensagens e argumento que "se você está construindo um serviço que é influente e que várias pessoas confiam, então você precisa ser maduro, certo? Eu penso que cresci e aprendi muito."

Ferramentas futuras e outras redes

O Facebook, porém, não deixou claro em quanto tempo as atualizações estão disponíves. O comunicado divulgado pela empresa fala apenas em "alguns meses". A julgar pelas práticas de implementação de atualizações da rede social, uma versão beta deverá ser testada com um grupo de usuários e depois, se aprovada, disponibilizada para todos.

Também não houve explicações mais detalhadas de como o recurso funcionará. O mais provável é que os usuários tenham uma opção de programar um período de tempo depois do qual a mensagem será apagada, a exemplo do que já acontece na opção de "conversas secretas" já disponível para usuários de iOS e Android .

A atualização pode ocorrer depois que o Facebook também promoveu esse tipo de mudança no WhatsApp, aplicativo de mensagens que foi comprada por Zuckerberg em 2014. No Twitter, por exemplo, a opção de apagar uma Direct Messages (mensagens que não ficam públicas) tanto da sua caixa de saída quanto da caixa de entrada do outro usuário antes mesmo que ele leia já existe há bastante tempo sem maiores polêmicas.

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O que reforça a teoria de que, no caso do Facebook , o que incomodou as pessoas novamente foi a falta de transparência com a qual a empresa parece tratar os seus usuários.

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