Desde o início da campanha eleitoral em 16 de agosto, os brasileiros passaram a receber propaganda de candidatos e partidos em sua linha do tempo no Facebook - mesmo sem querer. Para ajudar os usuários a lidar com esses anúncios direcionados, foi criada a extensão Fuzzify.me, que pode ser instalada gratuitamente em navegadores Chrome e Firefox.
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Desenvolvido pela Coding Rights, uma organização brasileira que atua com direitos humanos e tecnologias digitais, o novo plug-in quer dar mais transparência e dificultar o uso de dados pelo Facebook para segmentação de anúncios e propagandas eleitorais. “A ideia é que você entenda por que está sendo alvejado de anúncios e como a rede social te perfila e te vende”, explicou Joana Varon, uma das criadoras da ferramenta.
Depois de instalada, a extensão aparece na forma de um botão no canto superior direito do navegador, ao lado do menu. Ao clicar nela, é possível ver os anúncios publicados na linha do tempo do usuário e os motivos pelos quais eles lhe eram mostrados, tornando claro, desta forma, o tipo de segmentação que está sendo adotado por cada anunciante.
O Fuzzify.me também ajuda os usuários a “limpar” suas preferências de anúncios. Esse tipo de controle já existe no Facebook, mas a extensão automatiza a remoção das informações pessoais utilizadas para segmentação de propaganda, de forma que a rede social não pode voltar a usá-las sem autorização.
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Outras ações no Facebook
Além do Fuzzify.me, a Coding Rights promoveu uma ação que usava os anúncios segmentados para alertar as pessoas sobre essa forma de direcionamento de conteúdo e a coleta de dados pessoais envolvida nele. O projeto foi chamado de “Você está vendo isso porque é uma…”.
Para tanto, os responsáveis pela iniciativa definiram determinados perfis e, a partir dessas informações, publicaram anúncios com algumas perguntas. Um dos perfis escolhidos, por exemplo, foi o de mulheres que andam de moto e estão em um relacionamento à distância.
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“Pensamos em narrativas com essas informações para chamar a atenção dos usuários do Facebook e discutir sobre proteção de dados e possíveis problemas que esse grau de segmentação tão detalhado pode trazer”, contou Joana. “As pessoas ficaram perguntando: ‘que bruxaria é essa?’”, lembrou.
*Com informações da Agência Brasil