Nos últimos dois anos, 48 pessoas foram demitidas por acusações de assédio sexual no Google. As informações foram divulgadas pela empresa na quinta-feira (25), em um comunicado feito por e-mail à seus funcionários, depois de uma reportagem do jornal americano The New York Times que relata um caso de acordo pós-abuso sexual.
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Segundo informações da publicação, Andy Rubin, o criador do sistema Android, ganhou a “despedida de um herói” quando deixou a empresa, em outubro de 2014, enquanto o verdadeiro motivo de sua saída – um acordo de demissão por cometer assédio sexual no Google – foi acobertado.
A investigação do jornal afirma que uma mulher, com quem Rubin mantinha um relacionamento extraconjugal, disse ter sido coagida a realizar práticas sexuais com ele em um quarto de hotel, em 2013.
Depois de conseguir confirmar as informações em uma investigação, o Google teria oferecido um acordo para que ele saísse da empresa com um “pacote de despedida”: US$ 90 milhões teriam sido pagos, em parcelas de US$ 2 milhões durante quatro anos, a última agendada para o próximo mês, novembro.
Em resposta a notícia, o plataforma de pesquisa enviou uma nota a seus funcionários, na qual diz trabalhar para garantir um ambiente de trabalho seguro e inclusivo e afirma que “nos últimos dois anos, 48 pessoas foram demitidas por assédio sexual, incluindo 13 que tinham cargos de gerentes e outros acima”, mas não citou o caso de Rubin.
O comunicado também informa que "todas as queixas sobre assédio sexual ou conduta inadequada" são analisadas e investigadas e cita alguns programas internos da empresa para denúncia dos funcionários.
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Assinado pelo presidente-executivo da empresa, Sundar Pichai , e pela vice-presidente de recursos humanos, Eileen Naughthon, o e-mail também ressalta sua nova política interna, que "exige que todos os Vps e SVPs [cargos altos] divulguem relacionamentos com colegas de trabalho, independente da posição ou da presença de conflito.”
Em nota, Sam Singer, porta-voz de Andy Rubin , disse que ele não foi repreendido em nenhum momento por conduta inadequada. Após a publicação, Rubin declarou que "a matéria do New York Times contém inúmeras imprecisões sobre meu emprego no Google e exageros extravagantes sobre minha remuneração". Ele também negou o episódio em um hotel, em 2013, e declarou que as alegações contra ele, que são inverídicas, fazem “parte de uma campanha de difamação” de sua ex-mulher.
Outros casos de assédio sexual no Google
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Além de Rubin, a reportagem do The New York Times também afirmou que esse foi apenas um dos três casos de assédio sexual no Google que a empresa escondeu nos últimos anos. Em um deles, o executivo permaneceu em um cargo de grande remuneração na empresa. Outro também conseguiu um pacote de pagamento na saída. O jornal ainda afirma que, após a saída de Rubin, o Google ainda investiu milhões de dólares em empreendimentos dele.