Mais da metade da população do mundo (51,9%), ou cerca de quatro bilhões de pessoas, possuem um telefone celular, segundo uma estimativa da empresa sueca Ericsson. E a dependência dos humanos nesses pequenos aparelhos que cabem no bolso só tem aumentado.
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De acordo com um pesquisa realizada pela consultoria inglesa Tecmar, as pessoas pegam seus aparelhos celulares, em média 221 vezes por dia
. Outro estudo, desenvolvido pela empresa de pesquisa Dscout Research, mostra que o aparelho recebe, em média, 2.600 toques diários
de seu proprietário. As informações são da revista SuperInteressante.
“O smartphone é tão viciante quanto uma máquina caça-níqueis ”, afirma o americano Tristan Harris, na reportagem. O caça-níqueis, de acordo com Harris, é o jogo que mais causa dependência: vicia três a quatro vezes mais rápido que outros tipos de aposta.
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Harris trabalhou cinco anos no Google e saiu da empresa para fundar, junto com outros programadores, a ONG Center for Human Technology, que estuda o impacto
da indústria da tecnologia na vida das pessoas.
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“A internet é a maior máquina de persuasão e vício já construída”, diz o programador Aza Raskin. Ele inventou em 2006 a “rolagem infinita”, aquele recurso que quanto mais você desce a tela, mais conteúdo aparece.
Raskin reconhece o poder viciante de sua invenção e se arrepende. Tanto que ele também participa atualmente do Center for Human Technology. “A pergunta que nós nos fazemos no Vale do Silício é: estamos programando apps ou pessoas?”, diz Raskin.
Sean Parker, um dos fundadores e primeiro CEO do Facebook, afirmou, em um debate em 2018, que os executivos da rede social sabiam o que estavam fazendo.
“Nós exploramos uma vulnerabilidade da psicologia humana. Eu, Mark (Zuckerberg), Kevin Systrom (criador do Instagram), todos nós entendemos isso, conscientemente, e fizemos mesmo assim”, afirmou. “Só Deus sabe o que estamos fazendo com o cérebro das crianças ”, afirmou Parker na mesma oportunidade.
Brasil
Se você acha que essa realidade está distante de você, pense duas vezes. Uma pesquisa feita pela consultoria Deloitte com 2 mil brasileiros constatou que 30% das pessoas disseram que têm problemas com o uso excessivo do smartphone, como dificuldade de concentração ou insônia.
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O mesmo estudo apontou que 32% já tentaram diminuir o uso
do smartphone e não conseguiram. Outra demonstração desse fenômeno é uma pesquisa do Hospital Samaritano de São Paulo que revelou que oito em cada dez motoristas usam celular enquanto dirigem, embora 93% deles reconheçam que isso é perigoso.