Entenda como o algoritmo das redes sociais influencia na sua experiência
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Entenda como o algoritmo das redes sociais influencia na sua experiência


O Brasil é o terceiro país com mais usuários no Facebook . Hoje, 130 milhões de usuários da rede social estão no país, número que representa cerca de 62% da população brasileira. Com o Instagram também não é muito diferente: o país já compõe o segundo maior público da plataforma. 

Com uma presença tão marcante, o brasileiro passa boa parte de seus dias conectado às redes sociais. E, em terra de mídias digitais, quem manda na interação não são as pessoas, mas sim o famoso algoritmo . Esse nome, que causa arrepio em muita gente, rege quais publicações vemos e, portanto, com quem temos contato online. Além disso, ele também é responsável por nos mostrar publicidade, o que interfere diretamente no nosso comportamento na vida offline

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Mas, afinal, o algoritmo controla mesmo a vida digital dos usuários de redes sociais ? Existem formas de driblá-lo? A reportagem do iG conversou com especialistas que explicaram que o algoritmo define o perfil de cada usuário e, a partir disso, mostra publicações de outras contas que façam sentido para os gostos daquela pessoa. 

Como o algoritmo funciona em posts patrocinados?

Quando um post é patrocinado , a lógica muda um pouco. Ao pagar para uma publicação ser impulsionada, o perfil deve definir um público-alvo a ser atingido - gênero, idade, localidade e perfil entram nessa conta. Dessa forma, o post pode chegar a pessoas que seguem, ou não, a página em questão.

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E, no caso de publicações patrocinadas , a dinâmica do algoritmo já nem é tanto levada em consideração, assim como os anúncios não têm influência sobre o rankeamento orgânico de páginas ou perfis, segundo explicam os especialistas.

Mas uma sensação recorrente entre páginas e influenciadores é a de que redes sociais como Facebook e Instagram estariam tornando contas “viciadas” em patrocinar publicações. Quem sentiu muito isso foram os clientes da MF Press Global, empresa que gerencia diversas contas de redes sociais. Fabiano de Abreu, proprietário da empresa, conta que as pessoas começaram a perceber queda nas interações em posts orgânicos (aqueles sem impulsionamento) depois de começarem a fazer publicações patrocinadas. “Muitos dos meus clientes têm reclamado que a interação caiu absurdamente nos seus posts e que a toda hora a rede social sugere o impulsionamento. Assim, ficamos dependentes de sempre estar investindo algum dinheiro nas publicações para não perder visibilidade perante o algoritmo das redes sociais”, afirma.

Diante disso, Fabiano resolveu fazer um teste em seu perfil no Facebook e no Instagram . Durante um mês, ele realizou apenas publicações patrocinadas em seus perfis, o que fez a interação subir bastante. Quando ele parou, porém, o engajamento caiu muito em relação ao que ele tinha antes dos testes se iniciarem. “Eu tinha em média 400 curtidas por publicação, aí eu patrocinei e passei a ter 1000, aí eu parei de patrocinar e foi para 50”, relata Fabiano sobre sua experiência no Instagram. “O sistema deles enxerga que você está impulsionando e, quando você para, você vai cair mais ainda para te obrigar a fazer de novo”, sugere.

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Como cada perfil e cada publicação é interpretada de forma muito única pelo algoritmo , não é possível afirmar que essa experiência faça sentido para todas as pessoas. Mas uma coisa é fato: de acordo com os especialistas,  utilizar muito o impulsionamento de publicações pode, sim, interferir no engajamento dos posts orgânicos . Isso porque os dois tipos de postagens possuem envolvimentos diferentes. Os posts orgânicos, em geral, se aproximam mais dos seguidores padrão da página, enquanto os patrocinados podem explorar públicos diferentes.

Durante um período com muitas postagens impulsionadas focadas em um público um pouco diferente do que já está presente na página, os seguidores podem demonstrar menos interesse. Quando a página volta a fazer publicações orgânicas, o algoritmo já entendeu que ela tem menos relevância para aqueles seguidores, o que pode diminuir, de fato, a interação.

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Como driblar o algoritmo e alcançar mais pessoas

A principal dica para driblar essa situação é alternar entre posts patrocinados e orgânicos , mantendo sempre uma boa relação com os seguidores atuais enquanto visa por novos seguidores.

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Quem faz isso é Paulo Pontes, que divulga sua loja de presentes Há Braços, localizada em Valinhos, no interior de São Paulo, através do Instagram . Paulo conta que costuma dar um espaço entre uma publicação patrocinada e outra, mesclando-as com posts orgânicos . Para ele, é importante fazer os impulsionamentos para conseguir novos seguidores, mas também é essencial manter um cronograma de publicações orgânicas para envolver os seguidores - e clientes - atuais.

Outra maneira de driblar o sistema, utilizada pela equipe de Fabiano, é forçar uma interação para que os conteúdos se tornem mais relevantes aos olhos do algoritmo. Eles criaram um grupo de WhatsApp com os clientes e, a cada nova publicação, todos curtem e comentam logo que ela vai ao ar. Assim, o algoritmo entende que há, ali, uma publicação relevante, o que a leva mais longe.

Por que os anúncios aparecem para mim?

E não é só quem quer alcançar mais pessoas que deve se importar com o funcionamento dos anúncios no Facebook e no Instagram , não. Quem é alcançado por esses anúncios, muitas vezes, não gosta do que recebe. E isso é, de certa forma, um erro do algoritmo, que percebeu um perfil errado para um produto ou conteúdo que, na verdade, não faz tanto sentido para aquela pessoa. Mas há solução para isso.

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Todo usuário do Facebook e do Instagram pode acessar e modificar suas preferências de anúncios . A página, que pode ser acessada através do Facebook, indo em Configurações e, depois, clicando em Anúncios, mostra todas as preferências de assuntos que o algoritmo entende como sendo do perfil daquele usuário em específico .

Além disso, todos esses interesses e anunciantes podem ser removidos pelo usuário, caso ele entenda que aquele conteúdo não faz sentido para ele. Também é possível decidir quais informações pessoais do usuário serão utilizadas para definir seu perfil. As alterações feitas nas preferências de anúncios são válidas tanto para o Facebook quanto para o Instagram .

Entenda o que é o algoritmo

O que é esse tal de algoritmo? O algoritmo nada mais é do que um código que define as regras do jogo nas redes sociais, ou seja, define aquilo que será mostrado para cada usuário.

A cada sinal que uma pessoa dá - seja conversando com alguém no Messenger ou Direct, comentando a foto de um famoso ou reagindo a uma publicação de um amigo -, o algoritmo guarda esse dado para compor o perfil desse usuário em específico. Assim, ao longo do tempo, o sistema vai entendendo o gosto de cada uma das pessoas, o que o leva a entregar conteúdo relacionado a esse perfil, fazendo a pessoa gastar mais tempo na plataforma. Se você interage com muitas publicações relacionadas ao mundo da moda, por exemplo, cada vez mais conteúdos relacionados a isso aparecerão para você.

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E tudo isso é extremamente personalizado para cada pessoa , porque entram nessa conta diversos fatores para montar esse perfil. No Facebook , o algoritmo usa do perfil de cada pessoa para decidir o que será mostrado para ela. Pode ser, portanto, que você nunca mais veja publicações de um colega com quem não interage há muito tempo, já que o sistema entende que você não tem interesse naquele conteúdo.

Já no Instagram , nada é ocultado. Isso significa que todas as publicações de todos os perfis que você segue aparecerão no seu feed - inclusive é por isso que, ao fim da rolagem, há um aviso de que todas as publicações foram mostradas. A ordem com que elas aparecem, porém, é definida a partir da probabilidade do seu interesse com determinada publicação, além de interações anteriores que você teve com aquela conta. 

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