A rede social Clubhouse , que se tornou um dos assuntos mais comentados no mundo da tecnologia no início deste ano , não parece ser uma moda passageira. Agora, empresas e influenciadores já trabalham para descobrir a melhor forma de fazer da plataforma um ambiente lucrativo.
No aplicativo , ainda exclusivo para usuários do sistema operacional iOS , é possível encontrar diversas salas que discutem assuntos relacionados ao mundo dos negócios, como marketing e empreendedorismo. E esse pode ser um caminho para que pessoas e marcas lucrem com o Clubhouse.
Produtores de conteúdo no Clubhouse
Já é comum encontrar salas nas quais influenciadores dão mentoria a outros profissionais, por exemplo, e isso pode acabar se tornando um modelo de negócio . Rafael Arty, Diretor Comercial da Squid, a empresa especializada em marketing de influência, diz que ainda é cedo para dizer como as maneiras de ganhar dinheiro através do Clubhouse vão se concretizar, mas alguns indícios já estão presentes.
"Da mesma maneira que aconteceu em outras plataformas, os creators [produtores de conteúdo] encontrarão maneiras de monetizar seu conteúdo e influência no Clubhouse. Seja por meio de parcerias com marcas, assinaturas, salas exclusivas, eventos online ou mentorias", analisa Rafael.
O especialista afirma, ainda, que pode haver uma similaridade com um movimento que vem ganhando força no Instagram: o de monetizar os "melhores amigos" dos Stories . No Clubhouse , algo parecido pode acontecer, com influenciadores cobrando para que usuários entrem em salas.
Essa é, inclusive, uma iniciativa que o próprio Clubhouse pretende inserir na plataforma de forma oficial. Em nota, a rede social já afirmou que planeja "lançar nossos primeiros testes para permitir que os criadores sejam pagos diretamente, por meio de recursos como gorjetas, ingressos ou assinaturas".
Está na hora de investir no Clubhouse?
Com promessas da possibilidade de monetização de conteúdo , muita gente pode se empolgar em fazer parte do Clubhouse e tentar crescer seu negócio por lá. A dica de Rafael é experimentar a plataforma e tentar se adaptar à sua linguagem.
"Sempre incentivamos que os creators testem e aprendam o máximo possível sobre novas plataformas e formatos. Acho que independente da plataforma, é preciso antes de tudo conhecer como as pessoas se comportam dentro daquele universo. Entender as narrativas é essencial. A linguagem do Twitter é muito diferente da do Instagram, que também é diferente do Clubhouse, por exemplo. Acredito que os principais pontos aqui seja experimentar, testar a plataforma e entender se existe afinidade do formato com os assuntos que vocês abordam", aconselha.
Além disso, também é possível que um usuário "comum" se torne um produtor de conteúdo e ganhe dinheiro com isso dentro do Clubhouse. "Assim como acontece em outras redes, um completo anônimo pode se tornar uma pessoa extremamente relevante dentro de um nicho e atrair a atenção tanto de outras pessoas como de marcas e passar a monetizar seu conteúdo", afirma o especialista.
Por enquanto, o Clubhouse ainda é restrito, tanto devido ao sistema operacional quanto à questão dos convites . Apesar disso, a rede social já promete chegar a todos os usuários em breve, permitindo uma popularização da plataforma e, consequentemente, o surgimento de novos influenciadores.
Alavancando marcas no Clubhouse
Além dos produtores de conteúdo e influenciadores, marcas grandes e conhecidas já têm usado o Clubhouse
para se posicionar. É o caso da Nestlé, por exemplo, que promoveu conversas entre executivos da empresa e atletas olímpicos patrocinados pela marca. A Claro TV também é outro exemplo, já que a marca criou uma sala para interação em segunda tela durante um de seus programas.
Rafael explica que essa também é uma forma de usar a rede social
a favor de um negócio, promovendo conversas que levem o nome de uma marca adiante. "Como acontece em toda rede social, as marcas e criadores de conteúdo que souberem se comunicar e se posicionar de maneira autêntica conseguirão alavancar seus negócios. O importante é se manter relevante e buscar maneiras de engajar seu público. É claro que isso irá depender do objetivo de cada um deles, seja posicionamento, monetização ou criação de conteúdo", afirma o especialista.