Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook
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Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook

Frances Haugen, ex-gerente e delatora do Facebook, afirmou estar preocupada com o  metaverso que deve ser criado pela empresa de Mark Zuckerberg. Haugen foi a responsável por divulgar  documentos internos da empresa,  que agora se chama Meta.

"Estou extremamente preocupada com o metaverso, em parte porque acho que ilustra um 'metaproblema' do Facebook, que é que eles realmente gostam de seguir em frente", disse Haugen em depoimento ao Parlamento Europeu nesta segunda-feira (8).

Haugen questionou o fato da Meta estar investindo pesado  na criação do metaverso, sem antes resolver os problemas atuais presentes no Facebook e no Instagram. "Considero inaceitável e injusto o fato de que eles podem  pagar 10 mil engenheiros para construir videogames quando supostamente não podem pagar 10 mil engenheiros trabalhando em nossa segurança", disse.

Para a delatora, os problemas de segurança e privacidade enfrentados pela empresa só serão acentuados com a criação do metaverso, que vai permitir a coleta de ainda mais dados dos usuários.

"O Facebook demonstrou que mente a qualquer hora que seja útil. A ideia de que devemos preencher nossas casas e escritórios com muito mais sensores de uma empresa que não é transparente, acho que é uma má ideia", opinou.

Haugen disse, porém, que o metaverso tem pontos positivos. Um deles é promover a interação de grupos pequenos de pessoas, reduzindo a disseminação de desinformação e discurso de ódio em massa.

A Meta se defendeu dizendo que investe na remoção de conteúdos nocivos. "Ao contrário das alegações sobre nossa empresa, sempre tivemos os incentivos comerciais para remover conteúdos nocivos das nossas plataformas. As pessoas não querem ver esses conteúdos quando usam nossos aplicativos e os anunciantes não querem sua publicidade próxima deles. Devemos investir mais de US$ 5 bilhões só neste ano em segurança e integridade, mais do que qualquer outra empresa do setor, e mudamos nossos sistemas para que priorizassem os posts de familiares e amigos sabendo que isso reduziria o tempo gasto no Facebook", disse a empresa, em nota, ao G1.

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