A Black Friday
é um período que garante boas promoções, mas também é marcado por uma enorme quantidade de golpes digitais. De acordo com levantamento da ClearSale, empresa especializada em soluções antifraude, as tentativas de fraudes em e-commerces devem crescer 52% na Black Friday de 2021, em comparação com o ano passado.
Diante do grande número de compras esperadas para a data, a chance de cair em um golpe, porém, não deve ser maior que nos anos anteriores. "As tentativas de golpe serão altas, mas o aumento exponencial de pedidos regulares faz com que os percentuais sejam baixos em relação ao volume total", afirma Omar Jarouche, Diretor de Marketing e Soluções da ClearSale.
De toda forma, a Black Friday e o período que a antecede exigem muita atenção dos consumidores. "Os golpes são inúmeros e infelizmente não falta criatividade para estelionatários na hora em que pretendem se aproveitar da boa fé e desatenção dos consumidores", comenta Marcela Cavallo, advogada especialista em direito do consumidor.
Os golpes mais comuns durante a Black Friday
Nesse período, alguns golpes são bastante comuns. Um deles é o de phishing , no qual os cibercriminosos enganam as vítimas com links compartilhados nas redes sociais oferecendo alguma promoção falsa.
Ao clicar, a vítima pode ter dados roubados, vírus instalados no dispositivo ou ainda ser induzida a realizar a compra de um produto que nunca será entregue.
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Esse mesmo golpe do produto falso também acontece dentro de ambientes legítimos de market place, afirma Marcela. "É oferecido um produto inexistente dentro destes ambientes, e muitas vezes o estelionatário induz o consumidor a formalizar a compra fora do ambiente de segurança, aplicando, desta forma, o golpe", alerta. Neste ano, especialistas ainda alertam que o Pix pode ser muito utilizado por golpistas
, facilitando o roubo de dinheiro.
Como se proteger de golpes na Black Friday
Na hora de comprar online antes ou durante a Black Friday, a melhor forma de se proteger dos mais diversos tipos de golpes digitais é se manter sempre atento. A seguir, confira algumas dicas de especialistas para não se tornar uma vítima e acabar perdendo dinheiro:
- Não clique em links recebidos pelas redes sociais, e-mail ou WhatsApp. É sempre melhor ir até o site oficial de determinada loja do que clicar em promoções recebidas;
- Desconfie de promoções boas demais para serem verdade - em grande parte dos casos, elas de fato são mentira;
- Confira se o site em que você está comprando é realmente o da loja que ele diz ser. Para isso, confira todos os caracteres da URL - golpistas costumam trocar algumas letras, como um 'L' minúsculo por um 'i' maiúsculo para confundir as vítimas. Também verifique se o site começa com 'HTTPS', que é o protocolo mais seguro;
- Cuidado com seus dados. Passe suas informações pessoais e bancárias apenas a sites que tiver certeza da confiabilidade;
- Se for comprar em algum market place, não realize pagamentos "por fora". Pagando pelas opções da plataforma, você tem mais direitos em caso de golpes;
- Procure pela reputação da loja para realizar uma nova compra. Sites como o Reclame Aqui e as próprias redes sociais podem ajudar;
- Prefira pagar com cartão de crédito. Se for pagar com boleto ou Pix, verifique todos os dados antes de concluir a transação. Golpistas podem gerar QR Codes de Pix com valores mais altos, por exemplo;
- Mantenha um bom antivírus atualizado no dispositivo que for utillizar para realizar as compras, seja computador, celular ou tablet.
Já caí em um golpe, e agora?
Se você já foi vítima de um golpe na internet, o primeiro passo é lavrar um Boletim de Ocorrência, afirma Marcela. "Posteriormente, é indicado entrar em contato com a instituição financeira que formalizou a operação, pois muitas vezes é possível reverter a operação. Caso seja possível, entre em contato com o site ou empresa para expor o ocorrido e tentar uma solução. Abra, também, uma reclamação junto ao Procon e/ou Ministério da Justiça e, por fim, consulte sempre um advogado para que seja verificada a possibilidade de eventual responsabilização de algum agente na esfera cível", orienta a advogada.
Além disso, Marcela também aconselha que o caso seja relatado em sites de consumidores, como o Reclame Aqui, e nas redes sociais, para que outros consumidores não caiam no mesmo golpe.