Um em cada quatro brasileiros que se envolveram com outras pessoas pela web diz já ter sido vítima de um perfil falso, revela um levantamento feito pela PSafe, empresa de cibersegurança. Segundo a pesquisa, 34,38% dos respondentes afirmaram que já se relacionaram com alguém que conheceram na internet e, desses, 24,59% disseram que já foram alvo de enganadores.
A pesquisa ouviu 10.755 pessoas, entre fevereiro e março, e as projeções utilizam como base o número de usuários do sistema Android no país, que seriam 131,1 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo revelou ainda que 25,5% das pessoas vítimas de criminosos tiveram alguma perda financeira em decorrência do relacionamento falso.
Os criminosos que utilizam perfis falsos para seduzir usuários com o objetivo de aplicar golpes financeiros são chamados "scammers", e o tema voltou à tona recentemente por causa do documentário "O Golpista do Tinder", lançado pela Netflix.
"Alguns sinais são importantes para que as pessoas não se tornem vítimas. A maioria das pessoas (34,33%) revelou que descobriu o golpe porque desconfiou das fotos, que é um dos pontos de atenção, mas não o único. Em seguida, veio o fato de nunca fazer uma chamada de vídeo (19,80%) e também o comportamento suspeito nas redes sociais (17,95%)", alerta o executivo-chefe de Segurança da PSafe, Emilio Simoni.
Segundo ele, os golpistas estão presentes em inúmeras redes sociais, e o golpe é tão popular que, somente nos últimos seis meses, a PSafe bloqueou mais de 8.500 perfis falsos.
"Os principais aplicativos que sofrem esses ataques são Facebook, Instagram e Tinder. E aí está o perigo, porque essas são algumas das principais redes em que as pessoas se relacionam", explica Emilio Simoni.
De fato, a pesquisa mostrou que os principais sites em que as pessoas se conhecem para um relacionamento são: Facebook(36,53%), seguida por outros (31,31%), Badoo (10,50%), sites de jogos on-line (7,93%), Instagram (6,79%) e Tinder (5,16%). E há uma certa insegurança entre os usuários, tanto que 71,29% dos respondentes afirmaram não se sentirem seguros nessas plataformas.
Como descobrir se estou me relacionando com um golpista?
Apesar de a maioria das pessoas pensar que golpistas se escondem atrás de um computador ou celular e nunca fazem, por exemplo, chamadas de vídeos, o documentário mostrou que eles não só aparecem, como mantêm relacionamentos com as vítimas.
Os "scammers" buscam obter vantagens financeiras com seus golpes. Por isso, eles procuram se relacionar com pessoas que demonstram ter alto poder aquisitivo. Geralmente, colocam fotos de pessoas atraentes, demonstrando um estilo de vida com custo alto e expondo artigos luxuosos, como roupas de marcas conhecidas, viagens de jatinho, festas e restaurantes caros.
Depois de conquistar a confiança da vítima e criar um vínculo afetivo, eles simulam situações de recompensa ou emergência para extorquir. Geralmente, as histórias são bem parecidas: o criminoso diz que enviou um suposto presente, mas depois finge que o pacote caiu na alfândega e, para liberá-lo, é preciso que a vítima envie uma quantia em dinheiro.
Portanto, antes de entrar no relacionamento, verifique o perfil da pessoa em outras redes sociais, como Instagram e LinkedIn. Pessoas com poucas informações, apenas uma foto ou poucos amigos e seguidores podem indicar um alerta.
Por fim, procure marcar os primeiros encontros em locais públicos, deixe amigos e parentes avisados sobre a pessoa com quem vai se encontrar e, a qualquer sinal de perigo, procure ajuda.