De acordo com um documento da SEC, a CVM americana, nesta quinta-feira (14), o empresário Elon Musk se ofereceu para adquirir todas as ações do Twitter que ele não possui pelo valor de US$ 54,20 por ação, avaliando a empresa em US$ 43,4 bilhões. Isso representa um acréscimo de 18% sobre o preço de US$ 37 bilhões, do fechamento em 1º de abril, o último dia de negociação antes de Musk divulgar que se tornou o maior acionista do Twitter
.
Musk disse que a oferta em dinheiro foi sua "melhor e final oferta", de acordo com o documento da SEC, acrescentando que, se não for aceita, ele terá que reconsiderar sua posição como acionista. Já se for aceita, a proposta levaria ao fechamento de capital da empresa.
O CEO da Tesla enviou uma carta de oferta à empresa na noite de quarta-feira (13), de acordo com o documento. "Acredito que a empresa deveria ser privada para passar pelas mudanças que precisam ser feitas", disse.
"Investi no Twitter porque acredito em seu potencial de ser a plataforma para a liberdade de expressão em todo o mundo e acredito que a liberdade de expressão é um imperativo social para uma democracia em funcionamento", disse Musk em carta enviada ao presidente do Twitter, Bret Taylor. "O Twitter tem um potencial extraordinário. Eu vou desbloqueá-lo".
Na semana passada, Musk recusou uma oferta do Twitter para ingressar no conselho da empresa depois de divulgar que havia comprado uma participação de 9,2% na empresa. A riqueza do empresário gira em torno de US$ 260 bilhões, segundo a Bloomberg.
As ações do Twitter subiram mais de 13% com as notícias. As ações da Tesla caíram 1,5% por temores de que o fã número um do Twitter – que já lidera Tesla, SpaceX, The Boring Company e Neuralink – possa se distrair com o novo brinquedinho.
José Augusto Albino, sócio-fundador da Catarina Capital analisa a proposta de Musk como "hostil". Para ele. a oferta está abaixo do que se costuma fazer no mercado (com prêmios de 30 a 40% acima do último fechamento) e pode gerar implicações jurídicas pela maneira que foi feita.
"É uma oferta que ele não combinou, não alinhou com os executivos antes. Foi uma oferta externa e agora o board e os acionistas podem ou não aceitar", pondera.
* Com agências internacionais.