Nesta segunda-feira (22), mais quatro capitais brasileiras tiveram a rede 5G liberada
, totalizando 12 cidades com acesso à quinta geração de internet móvel no país. Até o final de novembro, todas as capitais devem estar com a rede funcionando
.
Mesmo com o avanço do 5G, comprar um celular compatível apenas com o 4G não é má ideia. Para tomar essa decisão, porém, o usuário precisa levar em consideração o uso que faz do smartphone, a localização em que vive e o quanto está disposto a gastar no novo celular.
Cristiano Freitas, diretor de Mobilidade da Positivo Tecnologia, empresa que representa no Brasil a marca global de smartphones Infinix, afirma que os celulares compatíveis apenas com o 4G ainda devem continuar no mercado por bastante tempo e que, para a grande maioria dos usuários, eles ainda dão conta do recado.
Quando o 5G ficará disponível?
O primeiro aspecto a levar em consideração na hora de comprar um novo celular é a sua localização. Se você vive em alguma das capitais brasileiras, o 5G será liberado ainda este ano. Mas é importante ressaltar que, no começo, essa liberação está acontecendo apenas em alguns bairros.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, apenas 25% do território possui cobertura 5G . A estimativa é que, mesmo nas capitais, a cobertura completa seja alcançada daqui a dois anos .
Já nas demais cidades brasileiras, não há um calendário específico para a chegada da novidade. A Anatel prevê que municípios com mais de 500 mil habitantes recebam o 5G até o final de 2025; com mais de 100 mil, até o meio de 2027; e com mais de 30 mil, até o final de 2029.
Por isso, avaliar a sua localização é um passo importante para definir se seu próximo smartphone será compatível com a rede 5G, ou não. Se você vive em uma cidade menor, por exemplo, pode demorar até sete anos para a quinta geração de internet estar disponível, prazo no qual você muito provavelmente já terá trocado de celular novamente. Nesse caso, vale manter o 4G. Por outro lado, se você vive em uma capital, um modelo com 5G já pode ser uma boa opção.
"Hoje ainda existem produtos com 3G no mercado. Ainda vai tomar um tempo grande para a rede 5G se estabilizar. Eu considero que o 4G agora que está mais estável e tem em boa parte do Brasil. Mas eu acho que, pelo preço, ainda faz sentido, sim, ter produtos 4G no mercado por um bom tempo", avalia Cristiano.
5G está se popularizando, mas ainda é caro
Além da localização, os usuários ainda precisam avaliar o preço do smartphone e o uso que faz dele antes de decidir se vai comprar um modelo compatível com o 5G ou apenas com o 4G.
Levantamento da consultoria Gfk aponta que há mais modelos intermediários adentrando o mercado 5G , antes dominado por celulares topo de linha. O valor médio dos smartphones compatíveis com 5G no Brasil, portanto, vem caindo.
Apesar da popularização, Cristiano afirma que ainda é mais caro produzir um celular compatível com 5G do que um incompatível com a rede, preço que é repassado aos consumidores. "Houve uma redução de custos no último ano, porém ainda existe uma diferença considerável nesse custo. A gente precisa utilizar processadores que suportam a tecnologia 5G, e eles são mais caros", afirma.
Já que o preço dos smartphones com 5G é mais alto, a compra tem que compensar. Por isso, é preciso avaliar o uso que cada pessoa faz do celular. Cristiano explica que para o usuário comum, que acessa redes sociais e troca mensagens com amigos e familiares, a quinta geração de internet não vai fazer tanta diferença.
O especialista explica que a experiência do 5G fica melhor em relação ao 4G em situações específicas, como jogos online, chamadas de vídeo e acesso à nuvem. "Para o uso de WhatsApp, redes sociais, não é perceptível uma grande melhoria quando a gente tiver o 5G. O usuário vai perceber a diferença se ele acessar muito a nuvem ou se precisar fazer chamadas de vídeo na rua, sem Wi-Fi. Para grande parte dos usuários, o 4G consegue entregar de forma plena o que eles precisam", avalia.
Cristiano lembra, ainda, que os principais ganhos do 5G estão em outras áreas que vão além dos smartphones, como cirurgias remotas na saúde, automação do campo no agronegócio e melhorias em veículos autônomos na logística. "O 5G deve abrir novos mercados e esse é o grande impacto dessa tecnologia, não só no usuário normal", comenta.