O WhatsApp não vai implementar o recurso Comunidades no Brasil neste ano, afirmou a empresa em decisão enviada ao Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) na noite desta quinta-feira (25). Além disso, o limite de usuários em grupos também não será ampliado até 2023.
A decisão atende as expectativas do MPF-SP que embasaram a recomendação que o órgão expediu ao WhatsApp no final de julho. Anteriormente, o mensageiro tinha se comprometido a não liberar as Comunidades até as eleições.
Em julho, o MPF-SP recomendou que o recurso não fosse disponibilizado no final deste ano , "em um momento no qual fake news sobre o funcionamento das instituições e a integridade do sistema de votação brasileiro podem colocar em risco a estabilidade democrática do país". Agora, o pedido foi atendido.
"Estamos entusiasmados com o valor que a funcionalidade Comunidades trará para que organizações sociais e empresas possam gerenciar suas conversas em grupo. Enquanto estamos progredindo, não temos a expectativa de lançar Comunidades no Brasil antes de 2023", disse um porta-voz do WhatsApp, em nota.
Também em nota, o MPF-SP disse que "seguirá atuando para contribuir para o aprimoramento das políticas de enfrentamento à desinformação das principais plataformas digitais que operam no país".
Comunidades no WhatsApp
O recurso Comunidades foi anunciado oficialmente pelo WhatsApp em abril deste ano. Atualmente, ele está em fase de testes em alguns países do mundo.
O que a ferramenta faz é permitir que vários grupos sejam unidos em uma só comunidade. Assim, uma única mensagem pode ser disparada para vários grupos de uma só vez. O recurso, que pode ser interessante, como exemplifica o WhatsApp, para condomínios ou escolas, enviando avisos gerais para moradores de vários prédios ou pais de alunos de várias salas, também pode ser usado para disseminar desinformação.
Atualmente, cada grupo no mensageiro pode ter, no máximo, 256 membros. Com as Comunidades, uma única mensagem poderá chegar a milhares de usuários de uma só vez, por conta da união de vários grupos.
O recurso pode ser usado, portanto, para disseminar campanhas de desinformação mais rapidamente. Por isso, ele se tornou uma grande preocupação para especialistas e para o MPF, por ter o potencial de prejudicar as eleições democráticas.