Mark Zuckerberg, CEO da Meta, é processado nos EUA
Reprodução/Facebook
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, é processado nos EUA

O escândalo da Cambridge Analytica ainda repercute, mesmo após anos. Desta vez, o procurador-geral de Washington DC (EUA) processou Mark Zuckerberg, CEO da Meta. Ele argumenta que o executivo é um dos responsáveis por permitir que a consultoria política tivesse acesso aos dados pessoais dos usuários.

Na ação, o procurador-geral Karl Racine afirma que o CEO teve participação direta nas políticas do Facebook que abriram os dados para terceiros. Foi assim que a Cambridge Analytica conseguiu coletar informações de dezenas de milhares de americanos. Essas informações foram usadas na campanha eleitoral de 2016 no país.

O processo também aponta que, desde 2012, Zuckerberg é presidente do conselho do Facebook e detém cerca de 60% das ações com poder de voto. Isso reforçaria a responsabilidade pessoal dele no episódio.

Milhares de documentos, incluindo depoimentos de funcionários e delatores, servem como base da ação judicial. Eles foram coletados durante uma investigação ainda não concluída sobre a Meta.

Em um e-mail que consta nos documentos, Zuckerberg diz haver um risco claro de vazamento de informações do lado do anunciante. Para o procurador-geral, isso prova que ele tinha consciência dos perigos de sua estratégia de abrir os dados para terceiros.

"Este processo não é apenas justificado, mas também necessário. Ele manda um recado: líderes corporativos, incluindo chefes executivos, serão responsabilizados por suas ações", diz Racine em um comunicado.

O procurador-geral de Washington DC já processou a Meta, empresa dona do Facebook. A ação usa com base uma lei do Distrito de Columbia que torna indivíduos responsáveis por violações, caso eles estejam cientes disso no momento em que elas foram cometidas.

Escândalo resultou em multas bilionárias

Em 2018, reportagens dos jornais The New York Times e The Guardian revelaram que uma empresa chamada Cambridge Analytica havia coletado, em 2015, dados pessoais de mais de 50 milhões de usuários do Facebook.

As informações foram usadas para direcionar propagandas políticas. A Cambridge Analytica participou da campanha de Donald Trump à presidência dos EUA em 2016.

Os dados foram obtidos por testes de personalidade aparentemente inocentes. No entanto, eles obtinham acesso a informações até mesmo dos contatos dos usuários.

A punição mais notável à Meta foi uma multa de US$ 5 bilhões. Ela foi aplicada em 2019 pela Comissão Federal do Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês). Acionistas acusaram a empresa de pagar um valor maior para proteger Zuckerberg.

Críticos consideram que o valor foi muito baixo. A quantia seria insuficiente para forçar uma mudança de comportamento na empresa. Eles ainda apontam que o executivo deveria ser pessoalmente responsabilizado.

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