TikTok pode ser banido dos EUA
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TikTok pode ser banido dos EUA


O TikTok pode ser banido de lojas de aplicativos nos EUA, além de ter a publicidade dentro da plataforma proibida. A informação faz referência à ordem executiva assinada por Donald Trump , e está presente em um documento da Casa Branca ao qual a Reuters teve acesso.

Trump assinou a ordem na semana passada proibindo transações com o TikTok se sua controladora ByteDance não chegar a um acordo para se desfazer da operação americana em 45 dias. Não especificou o escopo da proibição, afirmando apenas que o Departamento de Comércio dos EUA definiria quais transações seriam barradas ao final do período estipulado.

O documento da Casa Branca, enviado a partidários de Trump, mostra que o governo dos EUA está considerando interromper os principais aspectos das operações e do financiamento do TikTok, em meio a temores sobre a segurança dos dados pessoais  que o aplicativo gerencia.

“As transações proibidas podem incluir, por exemplo, acordos para disponibilizar o TikTok em lojas de aplicativos (...), compra de publicidade no TikTok e aceitação dos termos de serviço pelos usuários para baixar o aplicativo TikTok em seus aparelhos”, afirma o documento.

Uma fonte familiarizada com o documento da Casa Branca verificou sua autenticidade. A TikTok não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Especialistas da indústria de tecnologia disseram que eliminar o TikTok das lojas de aplicativos da Apple e do Android , do Google , será fatal para a ByteDance.

"Isso vair matar o TikTok nos EUA", diz James Lewis, especialista em segurança cibernética do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington.

Ele acrescentou, porém, que o governo dos EUA pode não ser capaz de impedir que os americanos baixem o TikTok de sites estrangeiros.

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Após a ordem executiva de Trump, o TikTok  disse aos anunciantes que continuaria a honrar as campanhas publicitárias planejadas, reembolsaria as que não pudesse cumprir e trabalharia com os principais influenciadores para migrar para outras plataformas em caso de proibição.

Alguns anunciantes disseram à Reuters que estavam elaborando planos de contingência e considerando outros aplicativos para seu marketing.

Ainda não está claro se a ordem de Trump será de fato implementada. A Microsoft  tem liderado negociações para adquirir as operações do TikTok  na América do Norte, Austrália e Nova Zelândia sob a supervisão da administração Trump. Um negócio bem-sucedido tornaria discutível a proibição de transações com o TikTok.

Pressão de Pequim

Negociadores dos Estados Unidos e da China devem discutir a implementação da primeira fase do acordo comercial entre os dois países nos próximos dias. E o governo de Pequim deve pressionar para que as recentes medidas contra negócios como TikTokWeChat  estejam na agenda.

Uma reunião virtual deve ocorrer nesta semana, embora a data não tenha sido definida, de acordo com pessoas a par dos preparativos para as negociações, que não quiseram ser identificadas.

Além das compras agrícolas e da cotação dólar-yuan, que estão entre os temas a serem discutidos, autoridades chinesas pretendem colocar na mesa as futuras proibições de transações aos dois aplicativos por motivos de segurança nacional.

A China tenta neutralizar um confronto imprevisível com os EUA que atingiu suas líderes de tecnologia. As ordens executivas de Trump, com previsão para entrar em vigor em setembro, têm potencial de causar impacto ainda maior do que o ataque prolongado à fornecedora de equipamentos de telecomunicações  Huawei Technologies , pois ameaçam cortar links de comunicação entre cidadãos das maiores economias do mundo.

Com o colapso da economia global neste ano devido à pandemia, pela qual Trump culpa a China , no final de junho o governo de Pequim havia cumprido apenas 25% da meta de comprar mais de US$ 170 bilhões em produtos americanos neste ano.

A China precisaria comprar cerca de US$ 130 bilhões no segundo semestre para cumprir os termos originais do acordo assinado em janeiro, que previa a compra de US$ 200 bilhões adicionais em bens e serviços dos EUA até o final de 2021 em relação ao nível de 2017.

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