Mark no Metaverso foi um dos destaques da tecnologia em 2021
Isabela Silveira
Mark no Metaverso foi um dos destaques da tecnologia em 2021

Trump fora das redes, NFT em ascensão, polêmica sobre privacidade no WhatsApp, vazamentos de dados e Facebook mudando de nome para investir no metaverso. Estes foram alguns dos destaques de 2021 no mundo da tecnologia.

Este também foi o ano em que muitas plataformas de streaming chegaram ao Brasil, que o leilão do 5G finalmente aconteceu, que bilionários começaram a viajar para o espaço e que o mundo passou a se preocupar ainda mais com o poder das gigantes de tecnologia. E você, lembra de tudo o que aconteceu neste ano?

NFT e metaverso

Logo no início do ano, em meados de fevereiro e março, o mundo começou a se questionar: afinal, o que raios é NFT? Os tokens não-fungíveis são o registro de um ativo digital único. Na prática, é como um certificado imutável de que determinado item pertence a alguém.

Durante o ano, os mais diversos itens foram vendidos como NFT - e por preços bastante altos. Em julho, um meme bateu recorde ao ser vendido por R$ 20 milhões; antes disso, em março, a primeira publicação do Twitter havia sido vendida por R$ 16 milhões. Artes digitais e até o código-fonte da rede mundial de computadores foram vendidos como NFT.

No segundo semestre do ano, o metaverso começou a movimentar ainda mais o mercado de ativos digitais. O universo digital, que se tornou a grande aposta do Facebook, fez com que os itens digitais ganhassem utilidade. Assim, terrenos, roupas e iates que só existem na internet passaram a ser vendidos por milhões de dólares.

Big techs na mira

2021 também foi um ano marcado por diversos processos judiciais contra as gigantes de tecnologia, sobretudo as conhecidas como Big Four: Amazon, Apple, Google e Facebook (agora Meta).

Em fevereiro, uma lei inédita aprovada na Austrália obrigou Facebook e Google a dar dinheiro a veículos da imprensa para divulgar suas notícias. A lei abriu precedentes para que a discussão fosse adotada também em outros países.

Além deste marco, as empresas de tecnologia também enfrentaram os tribunais em todo o mundo por conta de leis relacionadas à concorrência. Estados Unidos, Japão e União Europeia foram alguns dos locais que investigaram as gigantes por práticas monopolistas, gerando multas multimilionárias e outras sanções. Em novembro, por exemplo, o  Reino Unido obrigou o Facebook a vender a plataforma de GIFs Giphy.

A briga entre Apple e Epic também marcou os noticiários neste ano. A desenvolvedora de games processou a gigante nos Estados Unidos por cobrar taxas das transações realizadas na App Store. Em novembro, a juíza do caso determinou que a Apple deverá permitir pagamentos fora da loja oficial de aplicativos - a decisão, porém, foi suspensa em dezembro, e o processo segue correndo na Justiça estadunidense.

Trump de fora das redes e Bolsonaro com vídeos excluídos

Já em janeiro, o noticiário de tecnologia ficou movimentado quando todas as grandes plataformas de mídias sociais baniram o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Depois da invasão de apoiadores do político republicano no Capitólio, em Washington (EUA), as redes sociais consideraram que as publicações de Trump eram perigosas.

Além de divulgar informações falsas a respeito do resultado das eleições estadunidenses, Trump ainda incitava o ódio em seus apoiadores. Facebook, Twitter, YouTube, Snapchat e Twitch foram algumas das plataformas que baniram o ex-presidente. No Twitter, a suspensão será mantida para sempre, enquanto no  Facebook o bloqueio vai durar ao menos até 2023.

Além do banimento massivo de Trump, a rede social Parler, que se tornou um reduto da extrema-direita, também foi banida de toda a internet. Após a expulsão de Trump do Twitter,  a desinformação na plataforma caiu em 73%.

Ao longo do ano, surgiu a rede social GETTR, que se tornou um espaço de trumpistas e de bolsonaristas. A plataforma, que fere a lei brasileira de proteção de dados pessoais, promete não moderar conteúdo, permitindo a circulação de discurso de ódio e desinformação.

Aqui no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro também foi alvo da moderação de conteúdo das plataformas digitais, sobretudo do YouTube. Em abril, a plataforma de vídeos do Google mudou suas políticas e começou a excluir vídeos que desinformam sobre a Covid-19, como os que divulgam a cloroquina e a ivermectina como formas de tratamento para a doença.

Foi a partir daí que Bolsonaro começou a ter conteúdo bloqueado. Diversas de suas lives que continham desinformação, sobretudo a respeito da pandemia de Covid-19,  foram excluídas do YouTube ao longo do ano.

Incomodado com a moderação de conteúdo das redes sociais e com os rumos que o PL das fake news estava tomando, Bolsonaro chegou a assinar uma Medida Provisória (MP) que pretendia impedir a remoção de conteúdos de plataformas digitais, considerada por especialistas como autoritária. Ela, porém, foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Streaming em alta

2021 também foi o ano em que o streaming definitivamente se consagrou em todo o mundo. Tanto no Oscar quanto no Emmy, as plataformas saíram na frente de estúdios tradicionais em número de indicações.

Aqui no Brasil, o ano foi marcado pela chegada de várias novas opções. HBO Max, Paramount+, Star+ e Discovery+ foram algumas das plataformas que desembarcaram no mercado nacional.

E o sucesso do streaming tem sido tão grande globalmente que abriu espaço até para as plataformas se arriscarem em outros setores. Foi o caso da Netflix, por exemplo, que passou a disponibilizar jogos no aplicativo no início de novembro.

Vazamentos de dados, cibercrime e LGPD

Em janeiro, o Brasil todo se assustou quando veio a notícia de que um enorme vazamento de dados havia exposto informações de quase toda a população do país.

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Depois disso, diversos outros incidentes de dados aconteceram, deixando nomes, celulares, senhas, cartões e CPFs expostos na dark web. Afinal, quem pode ser punido por tudo isso? Uma das respostas para essa pergunta veio no início de agosto, quando as sanções da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) passaram a valer. A partir disso, empresas podem receber multas milionárias se não cuidarem corretamente das informações pessoais de cidadãos brasileiros.

No mundo do cibercrime, os vazamentos de dados não foram os únicos que marcaram o ano. Ataques hackers, sobretudo aqueles que sequestram dados, tiveram como alvos grandes empresas e órgãos governamentais de todo o mundo,  inclusive do Brasil.

WhatsApp e a preocupação com privacidade

Por falar em privacidade, polêmicas envolvendo o WhatsApp aconteceram no início deste ano. Logo em janeiro, o mensageiro avisou que mudaria sua Política de Privacidade, passando a compartilhar dados de seus usuários com o Facebook.

A notícia não foi bem recebida por entidades relacionadas à privacidade e aos direitos dos consumidores em todo o mundo. Depois da pressão, o WhatsApp anunciou, ainda em janeiro, que adiaria as mudanças para maio.

Em maio, a polêmica voltou à tona quando órgãos do mundo todo ameaçaram a plataforma, exigindo a suspensão da nova Política de Privacidade. Aqui no Brasil, o WhatsApp teve que dar mais 90 dias para que os usuários aceitassem a mudança.

Ascensão e queda do Clubhouse

No início de fevereiro, não se falava em outra coisa: todos queriam saber o que era o Clubhouse e o que precisava ser feito para entrar na rede social do momento, que funciona apenas através de áudio.

O sucesso foi enorme em todo o mundo e, em abril, a plataforma já estava avaliada em US$ 4 bilhões. As gigantes de tecnologia correram atrás do prejuízo e começaram a testar e lançar recursos de áudio para se livrar da concorrência - foi o caso de Facebook, Spotify e Twitter, por exemplo. Apesar do enorme sucesso no primeiro semestre do ano, a plataforma não se tornou uma das mais utilizadas no Brasil.

Ainda no universo das redes sociais, o ano foi mais uma vez do TikTok e dos seus famosos vídeos curtos. No entanto, 2021 também foi o período em que novidades surgiram em quase todas as plataformas: o WhatsApp liberou pagamentos no app; o Twitter lançou recursos para ganhar dinheiro na rede social; a Twitch reduziu o preço das subs, gerando polêmica entre streamers; o OnlyFans proibiu conteúdos adultos, mas depois voltou atrás; os Stories chegaram ao fim no Twitter e no LinkedIn; Jack Dorsey deixou o cargo de CEO do Twitter; e o Facebook… bom, o Facebook se envolveu em polêmicas.

Planos ambiciosos e polêmicas do Facebook

2021 definitivamente não foi um bom ano para o Facebook. Tudo ia muito bem, obrigado, até que, em setembro, uma série de reportagens do The Wall Street Journal começaram a revelar os maiores "podres" da empresa, que é dona também do Instagram e do WhatsApp.

As reportagens foram baseadas em documentos vazados pela ex-funcionária da companhia Frances Haugen, que chegou a depor a parlamentares dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Os documentos mostraram que o Facebook sabia que o Instagram prejudica a saúde mental de adolescentes e não fez nada para resolver a situação, o que fez a empresa adiar o plano de uma rede social voltada para crianças. Além disso, as denúncias apontam que o Facebook não consegue detectar desinformação e discurso de ódio e que privilegia pessoas famosas, dentre outras coisas.

Em meio ao caos de credibilidade, o Facebook deixou de existir por um dia. Em quatro de outubro, WhatsApp, Instagram e Facebook ficaram fora do ar por quase sete horas em todo o mundo.

No fim do mesmo mês, a empresa anunciou que mudaria de nome: agora, a companhia de Mark Zuckerberg se chama Meta. Além de se afastar das polêmicas que o nome Facebook carrega, a Meta também afirmou que o novo nome a aproxima de seu plano ambicioso de liderar a construção do metaverso.

Corrida espacial de bilionários

Outro tema que foi recorrente no noticiário de tecnologia ao longo do ano foi a ida de bilionários para o espaço. Tudo começou em julho, quando Richard Branson foi ao espaço com sua empresa Virgin Galactic. Poucos dias depois, foi a vez de Jeff Bezos, que havia deixado o comando da Amazon após 27 anos, embarcar em sua primeira viagem espacial por sua empresa Blue Origin.

Também foi a Blue Origin que, em outubro, levou para o espaço o ator William Shatner, que interpretou o eterno Capitão Kirk, de Jornada nas Estrelas. Aos 90 anos, ele se tornou a pessoa mais velha a sair da Terra.

Apesar de Elon Musk não ter ido para o espaço, ele também participou da corrida espacial dos bilionários com sua empresa SpaceX. Em setembro, a companhia realizou a missão Inspiration4, a  primeira da história a fazer um voo orbital apenas com tripulantes civis.

Leilão do 5G finalmente aconteceu

Uma promessa antiga, o leilão do 5G foi concretizado no Brasil no início de novembro. Como resultado, o certame movimentou R$ 46,8 bilhões e inaugurou cinco novas operadoras de telefonia móvel no país.

Agora, a expectativa é que a nova geração de internet móvel chegue às grandes capitais em 2022. Para o país todo, a promessa é de que  a tecnologia chegue até 2029.

Indústria de celulares

Além dos novos celulares lançados ao longo do ano, 2021 também foi marcado por mudanças nas fabricantes de smartphones. Em abril,  a LG anunciou que deixaria de vender celulares no mundo todo.

Enquanto a marca deixou o mercado, outras se expandiram: é o caso da Xiaomi. No Brasil, a chinesa anunciou a abertura de cinco novas lojas físicas, enquanto globalmente a marca anunciou sua entrada no mercado de carros elétricos, com  produção em massa prevista para 2024.

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